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sábado, 12 de maio de 2012

Uma Morte Causada Pela Burocracia – Trágico Desfecho


             
A burocracia faz muitas vezes uma causa arrastar-se por incalculáveis anos, pois quanto mais burocratizada for uma sociedade, mais lerda ela se torna.
             
Esta mesma burocracia condena muitas pessoas a perdas e danos muitas vezes irreparáveis. Eu mesmo espero há quase trinta anos uma solução de uma causa movida contra a União, por conta dos malditos planos financeiros do malfadado governo Collor.
             
Volta agora, depois de muitos anos, com o fim de organizar a sociedade o velho número de registro no SUS, mesmo para o usuário que detenha um plano de saúde privado. Até aí tudo bem, pois as coisas não devem também ficar em total bagunça e desorganização.
             
Entretanto esta nova norma me fez recordar os anos 70, quando o cidadão que necessitasse de qualquer atendimento em uma instituição de saúde pública deveria apresentar a velha carteirinha de papel amarelo para poder obter tal atendimento. Documento que até hoje conservo no fundo de alguma gaveta.
           
Isto era exigência que deveria ser seguida rigorosamente e que acarretou um desfecho doloroso para determinado pai.
             
Certa noite, desses longínquos anos setenta um jovem sofreu um gravíssimo acidente de moto e de imediato, em frente a gravidade de seus ferimentos foi levado a um Hospital Público mais próximo, onde o médico plantonista sem ver a ficha do acidentado nem o estado do paciente disse que não poderia atendê-lo pois o mesmo não portava a tal carteirinha do então INPS.
             
Apesar dos apelos insistentes não foi o jovem acidentado atendido pelo irredutível médico.
             
Desesperadas, as pessoas que o levaram a esse hospital rumaram de imediato para outro, mais distante na esperança de que o jovem recebesse um atendimento que o salvasse da morte que se aproximava.
             
Entretanto após muito tempo chegaram ao outro hospital e quando o jovem ia ser atendido veio a falecer devido às hemorragias que consumiram sua ainda, tenra vida.
            
Caso doído mesmo para as humanas e desconhecidas pessoas que o levaram aos hospitais na vã tentativa de salvar-lhe.
             
Horas depois o médico plantonista que se negara a atender o jovem acidentado recebeu um telefonema, ainda no hospital que trabalhava.
             
O mundo desmoronou-se a seus pés, pois o mesmo era comunicado pelo telefone através de um familiar, que seu filho havia falecido ao dar entrada em um distante hospital devido a um acidente de moto.
             
Destino cruel para um pai que levou a burocracia a risca, deixando de lado a parte humana.
             
Espero que com a volta do Registro do SUS as coisas venham a se organizar, porém que não venha a ser motivo de dor e sofrimentos desnecessários e que possa o cidadão ter pronto atendimento e que o caos que muitos hospitais enfrentam venha a terminar e que os planos de saúde não se tornem mais desumanos como muitos já o são.

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