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domingo, 17 de novembro de 2019

República



Alguma coisa está errada.

Vejamos:

Com o Golpe Militar feito no Rio de Janeiro em 1889, antiga Capital do Império e por 71 anos capital da República das Bananas, sem a participação popular, pois o Brasil como um todo só ficaria sabendo que não mais existia o Império, semanas ou meses depois dos Golpistas terem derrubado o Imperador, os Republicanos na correria de implantar o que eles mesmos não conheciam, resolveram garimpar um infeliz para dar-lhe o título de Herói da República, pois de heróis fajutos do Império estamos abarrotados e como todas as historietas devem ter violência, dinheiro e sexo e no caso da dita história oficial deve ter um herói valoroso e aguerrido, mesmo que nada tenha feito de vulto, foi fácil arrumar um mártir.

Se alguém naquela época em que uma Câmara de Vereadores em um documento fajuto proclamou a República, saísse às ruas e perguntasse quem fora Tiradentes, a maioria ficaria com cara de bobo olhando o nada, pois quase ninguém sabia quem era esse infeliz que foi enforcado em determinada data e já se iam quase cem anos.

Mas quem?

Um simples Sargento melhorado. 


                            Tiradentes

Jamais chamaria um militar que não passou do posto de Capitão pelo jargão, “dito militar”, de Bunda-suja. Não o faria porque estaria ofendendo competentes Militares com os quais servi por vários anos no Exército. Também estaria ofendendo meu próprio pai, Primeiro-tenente do Exército, meu Padrinho, um Capitão e tantos outros familiares ou camaradas de farda. Entretanto para aprofundarmos o entendimento da Inconfidência Mineira da qual participavam Coronéis, Tenentes-coronéis, e Capitães, e de contrapeso um Desembargador, esse seleto grupo não escolheria para chefiá-los um bunda-suja”, um reles alferes, um reles porta-bandeira, ou seja, um sargento melhorado.

Portanto vejo nesta história de herói arrumada pelos Republicanos uma enorme contradição. Joaquim José da Silva Xavier jamais chefiaria tal e importante grupo de Republicanos que enfrentaria Portugal e dele se libertaria, por mais que esperneiem meus colegas de História, mas isto é uma história para boi gordo dormir. Tiradentes era um zero a esquerda naquela hierarquia, carrancista, estúpida, mandonista e atrasada, um dentista como são os dentistas de rua da Índia atual. Não chefiaria nada.


           Dentista de rua na atual Índia.


Vejamos então quem foi Joaquim José da Silva Xavier:

Nasceu em 12 de novembro de 1746, na Capitania de Minas Gerais, quando o Brasil ainda era uma Colônia, desempenhou várias profissões, como dentista amador, conhecido no século XX como Prático e sei bem disto, pois meu tio-avô João Luís da Rosa Teixeira era Prático Dentista.

Além de dentista, donde veio o seu apelido, tentou a sorte como tropeiro, condutor de tropas de animais, minerador e mercador ambulante, mas fracassou em todas. A única profissão que lhe rendeu alguma coisa foi como Alferes, patente abaixo de Tenente. Serviu na Cavalaria de Dragões Reais de Minas, subordinada à Coroa Portuguesa.

Tiradentes é tido como o chefe da Conjuração Mineira porque foi tão sem importância, tão pobre e sem galardões, que foi o único que foi condenado à morte e o fizeram como exemplo e por ter dito que o Visconde de Barbacena deveria ser morto pelos sediciosos. Valeu-lhe a vida e foi enforcado em 21 de abril de 1792 e disto valeram-se os meus colegas Historiadores para arrumar junto a Torre do Tombo algum documento que falasse nessa figura, transformada em um mártir para representar nossa República das Bananas ou dos Abacaxis.

Já os grandões, como Coronéis e outros não foram para o cadafalso. 



A vergonha deste drama é tamanha que inventaram até uma figura, feita por um pintor que o retratou parecido com Jesus Cristo. Ou seja, retrataram Tiradentes com a figura de Cristo, assim cativaria a mente deste povinho miserável, burro e afeito a ser enganado por figuras religiosas. Tudo um amontoado de achismos, mentiras e outros engodos.

E vejam que em tal quadro o carrasco chora ajoelhado como se estivesse enforcando um Cristo, o carrasco nem estava aí com mais um enforcamento.

Lembrando que no dia anterior ao seu enforcamento ele teve os cabelos e barbas raspados. Mas o povo não sabe e gosta de ser enrolado com coisinhas meigas e religiosas.

Tal embuste vai tão longe, que arrumaram até um Judas Iscariotes para servir de delator ou traidor.


Joaquim Silvério dos Reis, o dito traidor, que se vendera por algumas moedas (dá nojo só em pensar nessa palhaçada) era Coronel Comandante do Regimento de Cavalaria Auxiliar da Borda do Campo e como militar tinha a obrigação com o seu País, Portugal e agiu como um verdadeiro profissional e denunciou os subversivos. Portanto não se tratou de uma traição e sim de um dever cumprido, o qual mereceria um elogio em boletim, como qualquer militar ou policial tem que fazer. Errado seria se ele não alertasse a subversão e não prendesse os sediciosos.
  
Não é assim que os Gorilas fazem?

Um policial que denuncia um bando de traficantes está cumprindo suas obrigações, errado seria o contrário como acontece, onde muitos policiais pertencentes à banda podre das Policias, quer civil ou militar, são coniventes com o narcotráfico.

Óbvio está que a República precisava de um herói e isto não foi difícil arrumar essa lenda mal contada, pois o primeiro que encontraram e que foi morto (tadinho) foi alçado a Herói.

Quantos heróis fajutos temos na nossa História. Heróis que não passam de um monte de esterco, mas o povo precisa ser enganado, sempre.

Vejamos a grande mentira:

Participantes Militares de tal Inconfidência:

Coronel Inácio Jose de Alvarenga Peixoto.

Coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes

Coronel José Aires Gomes

Tenente-coronel Francisco de Paula Freira de Andrade

Tenente-coronel Domingos de Abreu Vieira

Capitão José de Rezende Costa

Capitão Vicente Vieira Mota

Capitão João Dias da Mota

Capitão Manoel Joaquim de Sá Pinto do Rego Fortes

Tenente Fernando José Ribeiro

Sargento-mor Luiz Vaz de Toledo Piza

Além de um desembargador, cônegos e padres e outros homens, por que seria escolhido para chefiar esse seleto grupo de Oficiais Superiores, Capitães e outras autoridades, um reles “bunda suja”, um alferes, um reles porta-bandeiras. Alguma coisa não congemina com essa historieta boba, inverídica e cheia de babaquices.

Será que este País, tão grande e rico será eternamente governado pelas mentiras, pelas coisas arrumadas, pelos golpes baixos, pela hipocrisia e por falsos heróis.

Como dizia John Coffey, estou cansado, chefe. Estou muito cansado.

Estou cansado de tanta vergonha neste Pindorama. De tantos loucos no Poder de tanta corrupção. Mesmo assim esse povo parvo, burro e simplório não reage.

6 comentários:

  1. Amigo Pedro,
    Veja só, o quadro "Independência ou Morte" (1888), que é uma pintura do artista brasileiro Pedro Américo, que é considerada a representação mais fiel e difundida do momento da Independência do Brasil, sendo o gesto oficial da fundação do Brasil por D. Pedro I. Mas, observe que na pintura, já aparecem ladeando o Imperador, os "Dragões da Independência". Mas, "cáspita", como pode ser isso, se a independência acabara de ser proclamada??? Então, como já existiam os tais soldados, denominados de "Dragões da Independência???"
    Sobre Tiradentes, esse foi enforcado no Largo da Lampadosa, no Rio de Janeiro, mas, o levante não acontecia em Vila Rica (Ouro Preto), Minas Gerias? O que estaria fazendo o nosso Joaquim José da Silva Xavier, senão, fugindo da luta inconfidente? Além do mais, a figura cabeluda e barbada, que é retratada em pinturas e gravuras (do ato da forca), é totalmente fora dos padrões militares. Assim, eu concordo contigo, esse modelo de persona, tenta criar um laço entre Joaquim José com Jesus Cristo, tornando assim Tiradentes em um mártir.
    Mais um belo texto meu amigo.
    Um bom começo de semana para ti!!!

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    1. Meu caríssimo amigo Doug.
      Que a saúde e a paz sejam uma constante em tua vida.
      Realmente é para chorar de tanto rir, tamanhos absurdos que aconteceram e acontecem neste Planeta Feroz, principalmente no nosso amado Brasil.
      São tantas coisas erradas e mal relatadas que se passarmos na peneira poucos escapariam. Para mim um dos mais hilários e até patético é o quadro de Pedro Américo. Realmente é um amontoado de besteiras, a começar é óbvio pelos Dragões, sabendo-se que nesse momento o Pedroca estava montado em uma mula, transformada pelos pincéis em belo cavalo colorado. Ou estaria ele atrás da moita????? Tudo é possível nesta terra de faz de contas. Tiradentes é um dos maiores absurdos de nossa República. Até seria desculpável as barbas não tão longas, já que era moda na época e muitos militares as usavam, como Tamandaré, Deodoro e outros, porém como escrevi, no dia anterior ele teve toda a cabeça raspada e as barbas também. A nossa história oficial é um amontoado de sandices. Mas vamos em frente.
      Amigo carioca, que tenhas uma bela e proveitosa semana.
      Um grade abraço

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  2. Pedro meu amigo, olá! E um olá carinhoso para a Sandrinha! Espero que estejam bem, com saúde. Igualmente assim espero e desejo para toda a família. Netos estão bem?
    "Será que este País, tão grande e rico será eternamente governado pelas mentiras, pelas coisas arrumadas, pelos golpes baixos, pela hipocrisia e por falsos heróis." Todos os dias faço esta pergunta e não vejo mais jornais, não suporto, ânsia, nojo!
    Li novamente a postagem anterior, antes desta, para aproveitar bem a tua energia e aprender, afinal, tu és um mestre e eu aprendo muito aqui, nas tuas páginas, nos teus quadros negros. Leio ao som da tua voz, acredite, nada complicado, porque já tive o prazer de conhecer, tua e da querida Sandrinha.
    Não assisto mais os jornais, mas alguma coisinha sempre escapa :)

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    1. Oi! Oi! Oi! Que alegria estar respondendo teus comentários.
      Estamos bem, em quarentena fechada. Ontem tive que sair, mas não saí do carro. Sandrinha está bem. E como está o nosso amigão Dom Luiz. Cada vez que sirvo meu conhaque ou cognac como agora, lembro dele, pois um dia tomaremos juntos um bom conhaque. Amiga, vivemos num República das mentiras, da corrupção, dos loucos que nos dirigem e de uma elite burra que leva o país para o caos. Tenho também verdadeiro nojo da Televisão aberto, mas não deixo de ler os jornais, El Mundo. El Pais, L'Humanité, Le Monde e outros. Vejo a TV fechada e leio muito. Livro e mais livros. Também não podemos ficar alienados, sem saber o que de bom ou ruim acontece. Infelizmente no Brasil, ultimamente as notícias só nos trazem apreensão e tisteza. Também, com esse desequilibrado, tosco e irresponsável na frente do país só nos deixa apreensivos. Quanto as vozes, nós ouvimos a nossa por dentro dos ossos da cabeça e quando ouvimos uma gravação de nossa voz nos surpreendemos. Eu não gosta da minha voz, na verdade odeio o tom de minha fala. Fazer o quê. Mas admiro vozes, como a tua, tão clara e a de Dom Luiz. Sandrinha está mandando mil beijos para vocês e eu, e eu como sempre mando tudo de bom para o casal e que a covid permaneça cada vez mais longe.

      Ah! Diga a Dom Luiz que estou saboreando, agora com mais gosto, um belo conhaque, afinal estamos enfrentando dias frios, agora deu uma aquecida "brutal" e estamos com 16º

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    2. Pedro! Don Luiz está bem, tem trabalhado todos estes dias, atenção como uma parabólica, para nada perder com o nosso negócio, pois com sabe, temos um comércio online e neste tempo de quarentena, não se pode falhar.
      Sim, um dia brindaremos juntos e quem sabe em Colonia, Uruguai, naquela churrascaria que você postou aqui. Mostrei a foto pra ele. E que seja breve...

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    3. Maria e Dom Luiz!
      Meu coração chora toda a vez que penso em meu filhos que estão na linha de frente, pois trabalham, principalmente o mais velho. Fazer o quê?
      Sonho em um dia poder conhecer vocês pessoalmente, mas sei o que conheço é o suficiente para elege-los como irmãos. Que a saúde esteja com vocês. Um dia iremos nos encontrar e pode ser na minha segunda Pátria, o Uruguai. O Uruguai é um pequeno país que nos oferece uma infinidade de coisas boas e saudáveis.
      Um grande abraço.

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