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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

EJA, o Analfabetismo Continuado.



                          
Diz o ditado Gaúcho que não há nada mais faceiro do que mosca em tampa de xarope, e para não ser grosseiro digo que “mudam as moscas, mas o xarope é mesmo”.

É assim que vejo em muitos casos a educação, onde passam governos e todos vem com a mesma conversa, a de erradicar o analfabetismo, como a Alfabetização Solidária do FHC e mesmo o Brasil Alfabetizado do Lulinha, como o ocorrido em nosso Estado onde uma Secretaria de Educação simplesmente quase destruiu a educação deste que já foi um dos Estados mais pujantes na educação, além de outros fracassos de outros governos. 

É um assunto muito importante, tão importante que não deveria ficar nas mãos de tecnocratas e muito menos nas mãos de políticos. Por outro lado não se pode sobrecarregar de responsabilidades os governos, sejam eles quais forem, pois se analisarmos mais profundamente vamos ver que a maior responsabilidade recai sobre a família e também sobre o interessado, neste caso diria sobre o desinteressado.

Não podemos apenas ficar jogando a culpa nos governantes pelos altos índices de analfabetismo, na evasão escolar e nos locais de difícil acesso, pois isto está intrinsecamente relacionado com ao desinteresse e a apatia da clientela. Podemos até, por outro ângulo de visão culpar as estruturas inadequadas e falidas de muitas escolas, os baixos salários dos professores, a falta de material didático, porém o que observo dentro dos cursos noturnos atendido pela EJA é o total desinteresse da esmagadora maioria dos alunos, que estão ali apenas passando o tempo a espera de um certificado, porém não estão adquirindo nenhum conhecimento efetivo, pois a ele não interessa. E como escrevi neste blog, “EJA Entre Outros”, estamos certificando o analfabetismo, mesmo que seja o analfabetismo funcional.

Ouço e vejo maravilhas sendo ditas e publicadas sobre a EJA, projetos maravilhosos, profissionais otimistas, cheios de gás e redobrado euforismo, entretanto se é uma forma certa de educar a pergunta que fica em suspenso é a do por que tanta evasão escolar? Por que as turmas iniciam o ano com 30 ou 40 alunos e ao chegarmos ao fim do ano temos essas mesmas turmas com três ou quatro alunos. Mas aí se inicia a tortura mental em cima dos professores, pressionados pelas Secretarias, onde também muita incompetência impera e um estado de desinformações, falta de respeito e omissões se instala deixando os grupos discentes em total apatia e incertezas.

As “autoridades” ligadas à educação devem jogar a culpa nas costas dos professores, aliás, uma ex-assessora de uma Secretaria de Educação de um município da área metropolitana de Porto Alegre-RS, comparou os professores e professoras da EJA a uma empregada doméstica vagabunda, que passa os dias de pernas para o ar sem nada fazer, porém parece que  ninguém está vendo que não são tampouco as condições sócio econômicas dos que desistem são as responsáveis pela evasão escolar e sim um total desleixo, uma total apatia, um  total e real desinteresse em aprender.

E dentro das salas de aula o que se pode observar são alunos perdidos em seus confusos pensamentos, muitos dos quais além da apatia que abate uma grande parcela outros apresentam total e inegável desrespeito não só com os professores como com os próprios colegas que ali estão realmente para aprender. Muitos são tão desinteressados que passam a maior parte do tempo trilhando pelos corredores, indo a todo o momento ao banheiro, pois assim procedem porque há muitos professores que para não se incomodarem permitem que em determinados horários um quase caos se estabeleça.

Outrossim, muitas são as direções e equipes que se omitem e não querem enfrentar os graves problemas de indisciplina por medo ou por acomodação, muitas vezes dando de ombro para os pleitos dos professores.

Não vi, não ouvi, não falei.

Já, por outro lado podemos encontrar profissionais realmente interessado, porém esses trazem os problemas à tona e isto também incomoda aos que estão acima e geralmente o errado é o que vê, é o que ouve e é o que fala.

Uma das soluções que vejo para a EJA é uma reestruturação, a começar pela idade, pois guri de 15 anos não é para estar estudando à noite, a noite é para adultos, e um indivíduo passa a ser considerado adulto a partir de determinada idade, que fica entre os 18 e os 21 anos, pois entre essas idades é que o cidadão pode agir por sua livre conta, não precisando de nenhum responsável para firmar contratos, conduzir um veículo automotor, ser militar e tomar atitudes responsáveis. Alguns dirão, mas eles podem votar aos 16 anos. Mas isto é outra história, para outra matéria, pois se o meleque de dezesseis anos pode votar e decidir o futuro de um Município, Estado ou País, este mesmo moleque deveria responder criminalmente como adulto e não como um imaturo, irresponsável, irritante e irracional.

Abro aqui um espaço para esclarecer que alguns meninos sãos excelentes alunos, meninos, que não chegaram aos dezesseis anos, os quais trago sempre em grande consideração e respeito, mas pensam como adultos, querem aprender, são esforçados e educados, esses, infelizmente, são a minoria absoluta.

Por outro lado vamos encontrar nesse meio, pessoas maiores de trinta anos que buscam conhecimento, são ordeiras e sabem bem que estão ali para aprender e necessitam do conhecimento de um professor, alguns destrambelhados que já passaram em muito a idade escolar que tem a extrema soberba, aliada a extrema ignorância de pensarem que sabem mais que um profissional que estudou anos a fio, e que se formou em uma ou duas faculdades, é muitas vezes um pós-graduação, quando não um mestrado e esses alunos, também como um guri irresponsável, muitas vezes dormindo em aula e ao final dessa tecem comentários desairosos, mostrando bem sua ignorância. Estão ali, na EJA só de corpo presente para pegar o certificado e como muitos guris será diplomado sendo um analfabeto funcional.

Devemos urgentemente repensar uma nova EJA, antes que seja tarde, e já é muito tarde para corrigir todos os erros do passado. Erros grosseiros como o de diplomar pessoas sem as mínimas condições.


As fotos apresentadas nesta matéria, onde apareço ministrando uma aula foram tiradas e pertencem a competente colega Aldaiza Fabiana (Blog: Etapas Inicias EJA-CMEB Santo Inácio-Esteio-RS)


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