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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Ribatejanos e a Fúria Gaúcha.





“Dou um boi para não entrar na briga, mas se entrar dou a boiada para não sair”.


Relato abaixo um lamentável episódio que assisti envolvendo dois portugueses de Ribatejo e vários Gaúchos. Quero aqui registrar o meu respeito e admiração que tenho pelos portugueses, principalmente pelas portuguesas, mas neste caso poderia ser francês, inglês ou americano que a coisa aconteceria de mesma forma, pois não mexa com quem está quieto, pois mexeu com um, mexeu com todos.

                 Eu, euzinho.

No fim dos anos 60, ainda servindo ao Exército assisti uma cena lamentável, mas que impossibilitado de tomar qualquer atitude, apenas, com lástima e ao mesmo tempo sem tirar a razão, observei sem comprar camorra e vi um momento de fúria e raiva externada por alguns cavalarianos Gaúchos, que ofendidos não deixaram de extravasar toda a sua raiva indômita diante de palavras de baixo calão e sórdidas, proferidas por dois irmãos ribatejanos, que ofenderam um jovem Gauchito de seus vinte e poucos anos, que ao passo em seu flete manso passava solito em frente de um requintado armazém importador de vinhos, uísques e outras coisas boas e caras.


Tal Gauchito, melenudo, bem pilchado que por ali passava monarca durante a Semana Farroupilha, foi ridicularizado pelos dois irmãos portugueses, proprietários daquele estabelecimento, que o ofenderam acintosamente e sem nenhum motivo, com palavras chulas e desapropriadas, chamando-o de grosso, vagabundo, selvagem, filho desta e daquela e muitos outros insultos que não cabem serem ditos neste espaço.


El Gauchito limitou-se a alhar sem abri o cenho e continuou em seu passo tranquilito em seu flete, como água de cacimba, mas por dentro o seu coração saiu de marca quente.


Não sabiam os irmãos ribatejanos que a menos de cem metros, junto a Praça Coronel Pedro Osório havia estacionado uma tropa de Gaúchos pilchados, armados e com suas adagas e relhos, que ali pararam para descansar, tomar um mate (chimarrão) e dar uma folga às suas montarias. 


El Gauchito para não revidar e sair de mano a mano, foi-se sem nenhum xaraxaxá ao encontro da Gauchada que lá estava desmontada de seus belos haraganos, uns aporreados, alguns espantadiços e outros mansos como jaguaras de estância.


Ao relatar a agressão verbal que havia sofrido os tauras não deixaram por menos. Bolearam a perna e montaram em seus fletes, muitos já sedentos por sangue e outros malevas e desapiedados juntaram-se ao bochincho para uma desforra.


Montados em seus cavalos e ao galope, junto ao Gauchito que servia de sinuelo, adentraram pela Rua 15 de Novembro, principal e mais tradicional Rua de Pelotas, com seus baguais batendo as ferraduras nas pedras do calçamento o que fez o povo que por ali passava abrir o caminho para o piquete resoluto e enraivecido e alguns que assistiram tais reproches (reprotches) vaticinaram o que aconteceria.


Um dos irmãos ribatejanos sem entender o que estava acontecendo, saiu de seu fino armazém e foi até a calçada para ver o que estava ocorrendo.



Mal sabia o infeliz homem que aqueles dez ou doze Gaúchos estavam indo tirar satisfações pelas ofensas por ele e seu irmão ditas ao pacato hermanito.


Ao pisar fora do armazém foi violentamente atingido pelo primeiro cavalo, montado pelo Gauchito gadelhudo, que corria sobre a calçada e caiu sob o impacto del pecho del bagual ao solo. Sem desmontar o jovem Gauchito ergueu o relho e sem dó nem piedade truviscou o mango trançado e no puxão fez rasgar a camisa do infeliz português, assim como o couro de suas costas.

                 Sorro ou graxaim

E o entrevero foi mais feio do que briga de foice no escuro, pois outros cavalarianos invadiram o armazém a cavalo e de lá trouxeram o outro ribatejano puxado pelo laço e a pancadaria foi de tirar o fôlego. Enquanto isto mais e mais cavalarianos adentravam a Rua 15, no upa e upa e se entreveram na peleia como sorros enraivecidos.


Quando não mais reagiam do inesperado ataque daquela cavalaria de tauras, onde o pranchaço das adagas e das guascas trançadas de seus relhos corriam soltas, a Gauchada deixou os dois estirados na rua e não contentes com a sova que deram para fazer respeitar nossa cultura e tradição, denovamente invadiram monarcas e escarranchados o armazém e com seus relhos e adagas destruíram tal comércio e aquela quadra da Rua 15 ficou borracha (borratcha) de tão forte que era cheiro dos vinhos e uísques que lavou o chão do estabelecimento e escorria pela porta principal, como cascata em dia de aguaceiro.



A Gauchada satisfeita saiu ao passo em seus belo cavalos e voltaram tanquilitos para à Praça Coronel Pedro Osório terminar de tomar seus chimarrões e gargosear sobre o acontecido.


Tal armazém ficou dias fechado, pois suas vitrines e prateleira de vidro foram quebradas a golpes de sabres e adagas, inclusive os belos balcões de vidro, cheios de latas e vidros de caviar e outros produtos importados.


Oigalê! 


Que lástima, tanto pela violenta surra que os irmãos levaram, não por serem portugueses, mas pelas ofensas ditas, como pelos vinhos perdidos.

Entonces me vou campo a fora, tapado de quero-quero.

Mas cá para nós, foi mesmo uma selvageria impossível de conter.

Elucidário:

Adaga ou Daga – Faca comprida ou sabre.
Aporreado – Mal domado.
Bochincho – Briga, confusão.
Bolearam (Bolear) - Levantaram a perna para montar
Borracha(o) – Pronuncia-se borratcha – Bêbada. Enbriagada.
Cacimba – Fonte de água potável. Vertente. Poço que se cava para obter água límpida.
Carneadeira – Faca ou cutillo curto que se usa para carnear ou courear um animal.
Comprar Camorra – Comprar briga. Meter-se em briga de outro.
Caronero – Sabre, adaga.
Denovamente - Novamente.
Estância – Fazenda de criação de gado.
Entonces – Então.
Escarranchado - Enforquilhado, escanchado, montado.
Flete – Cavalo.
Gadelhudo – Cabeludo. De cabelos longos.
Gargosear – Contar proezas. Gabar-se, vangloriar-se.
Gauchito – Gauchinho.
Guasca – Tira de couro cru. Nos laços e relhos são trançadas. Guasca também significa homem rude, sem muito trato social.
Haragano – Cavalo domado, que se tornou arisco e espantadiço.
Hermanito – irmãozinho.
Jaguaras – Cachorros.
Lonca – Tira de couro cru ou curtido.
Mango – Relho ou porrete.
Maleva – Desalmado. Perverso. Mau. Cruel. Desapiedado.
Melenudo – Homem de cabelos compridos.
Monarca - Bem montado. Montado com estilo.
Oigalê – Expressão de surpresa, admiração ou espanto.
Pecho – (Petcho) do espanhol - Peito. Por este motivo no Rio Grande do Sul uma batida entre automóveis se diz PECHADA. Bateram de peito.
Pilchado – Vestido como manda à tradição. Pilchas.
Peleia – Briga.
Pranchaço - Bater com a adaga ou sabre. Bater com o flanco sem cortar.
Quero-quero – Pássaro comum nos campos, chamado no Uruguai de Télo. Diz que quando alguém sai correndo pelo campo os quero-queros voam cobrindo o indivíduo que fica tapado de quero-quero.
Relho – Rebenque, chicote de cabo de madeira e açoiteira de loncas trançadas, semelhante ao laço, com a ponta de lonca ou guasca plana. Também chamado de rabo-de-tatu ou mango.
Reproches - (Reprotches) - Críticas, censuras. Ofensas.
Sair de mano a mano ou sair de mano – Brigar um por um. Entreverar-se em briga contra um oponente.
Sair de marca quente – Irritado, brabo, zangado.
SinueloAquele que vai a frente mostrando o caminho.
Solito – Sozinho. Desacompanhado.
Sorro – Graxaim (Lycalopex gymnocercus) da família dos caninos encontrado nos campos do Sul do Brasil, Uruguai e Argentina.
Tauras – Bravos, valentes.
Tranquilito – Diminutivo de tranquilo.
Truviscou – Bateu, surrou.
Upa e upa – A todo o galope. Apressadamente.
Xaraxaxá – No caso acima significa sem rodeios. Sem bater boca.



10 comentários:

  1. Que estrago nossa!
    Esse elucidário está pra lá de bom!
    Belo começo de mês aos seus.
    Abraços.

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    1. Janicce, que satisfação encontrar-te novamente comentando meu espaço, o que me deixa feliz e honrado.
      Pois é, foi uma cena horrível, mas quem assistiu as ofensas ditas sem motivo ficaram revoltados, mesmo naquela época que não era comum ver nas cidades maiores homens vestidos conforme manda a tradição. Eram indumentárias do interior e da fronteira, mesmo em Porto Alegre tivemos muitos problemas em andar pilchados. já que em nossa capital poucos são verdadeiramente Gaúchos. As coisas mudaram muito. Para teres um ideia, em Porto Alegre até os anos 70/80, quase ninguém tomava chimarrão em público, era feio e coisa de selvagem. Hoje é a coisa mais comum ver pessoas nos parques e ruas tomando seus mates amargos. Agradecendo tua sempre bem-vinda presença deixo aqui um abraço fraternal. Gostei muito do gatinho preto com o bracinho sobre a almofada, pois tenho passado em teu blogue,, que está muito lindo. Saúde e paz.

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  2. Meu caro,
    passei para cumprimentar e agradecer os cumprimentos que deixou na Cidade. Um dia destes voltarei para deixar a minha prometida opinião sobre o tal rei que fugiu de Portugal... lembra-se?
    Quanto aos ribatejanos que refere acima, deviam ser frescos, como se diz por cá.
    Um abraço.

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  3. Meu caríssimo Carlos.
    Que imenso prazer em tê-lo de volta. Sabes que tua ausência me preocupou muito, mas fico feliz que estás bem e de volta ao campo das ideias e das belas imagens.
    Buenas! Fresco por cá quer dizer fresco mesmo, ou seja "homossexual". Mas não por isto, mas por terem se comportado de uma maneira que sei que não é do tipo português, pois conheço muitos portugueses, com lembranças sempre presentes do amigo Joaquim, de Nova Aurora no Paraná, um amigo que me fez segurar as lágrimas numa demonstração de amizade. Pena que a morte o tenha levado. Excelente amigo, que jamais esquecerei e sei que os portugueses são desta têmpera, educada, cordial e amistosa. Porém esses dois ribatejanos foram, infelizmente protagonistas de um episódio triste, mas não foram poupados por aqueles Gaúchos resolutos. Um grande abraço, com o coração estreleiro de tanta alegria.

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  4. Hola, Pedrtito Aurélio, mi querido amigo (bem, deixa de brincar, Céu, caso não, os gaúchitos te fazem a folha-dar uma sova)!

    Estás bem? E teus filhos e Sandrinha? O aniversário de teu filho decorreu bem? Claro k sim. Só pode!

    Pois, os irmãos Ribatejanos pensavam k o "bicho não iria pegar" e logo o Ribatejo k é a província dos touros e touradas e é gente forte e toda aguerrida, só k os gaúchos, não são pra brincadeiras, já percebi.

    Gostas e respeitas os Portugueses, mas ainda mais as Portuguesas. Ah, "marotinho"!

    Entendo k não devemos provocar quem nos não provoca e até te digo k qdo somos provocados, o melhor é mesmo, IGNORAR, mas eu sei k os "homi" são todos, desse jeito, e parecem até galos uns com os outros. Te vou contar uma: há dias, um ex aluno meu, se desentendeu com outro e então esse colocou sua face mto juntinha á do outro, k lhe perguntou: Queres me beijar na boca? Bom, nem te conto! Sorte de ambos é k havia gente conhecida por perto, para separar eles, que se engalfinharam um no outro.

    Então, os Gaúchos, para além da surra k deram aos irmãos ribatejanos, ainda destruíram o armazém e as bebidas. Olha, poderiam ter pensado em as beber, pke seria bem mais proveitoso (rs) e se calhar ficavam todos na boa.

    Beijos para todos vocês e um Páscoa feliz.

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  5. Olá amiga Céu, Céu de luz que ilumina meu blogue com tanta alegria e graça, que me faz pensar em dançar "una comparsa", em algum belo lugar, sob o clarão prateado do luar.
    Caríssima Alentejana, hoje foi outro dia especial. Monica passou o dia em nossa companhia. Almoçamos, tomamos o café da tarde e jantamos juntos e ela foi para a sua casa há poucos minutos, deixando um beijo para a amiga portuguesa. O aniversário do Fábio foi ótimo. Ele mora perto, em Gravataí, cidade conurbada à Canoas e Porto Alegre, pela autoestrada ou Freeway, alguns minutos, pois fica menos de 30 quilômetros. Foi muito delicioso o churrasco e é óbvio que não faltou uma costela assada, gordíssima e escorrendo sangue. Oigalê coisa bagual de boa.
    No mais tudo bem, todos com saúde.
    Quanto ao bochincho, foi uma coisa lamentável, porém mexer com quem está quieto é como mexer em um vespeiro, mas sei que não é do tipo português este comportamento, até certo ponto deplorável. Mas infelizmente receberam o que, na visão dos ofendidos, foi um assédio moral muito grave, ao ponto de destruírem o belo e requintado estabelecimento. Coisa de homem que não gosta de levar desaforos para casa. Lamento como respondi para o amigo Carlos Romão, aí de Porto, que possui um belo blogue “Cidade Surpreendente”, o qual visito com frequência.
    Altas horas aqui no sul do Brasil, mas estou contente em estar respondendo teu amável comentário e desejo que tenhas uma bela e alegre páscoa, com muito peixe e vinho. Prefiro, mesmo na sexta-feira, uma carne vermelha e mal passada, obviamente acompanhado de um belo vinho tinto Rio-grandense, pois somos grandes produtores e exportadores desta bebida, na verdade as maiores vinícolas do Brasil estão estabelecidas em meu Estado. Mas também gosto muito de vinhos chilenos, como el "Casillero del Diablo", que sempre tenho em minha despensa. Por sinal, na outra semana estarei viajando para o Uruguai, com Sandrinha, Fábio e Grasiela, de onde trarei mais unas botellas.
    Com muito carinho recebas um beijo do amigo Pedrito e de Sandrinha, que retribui sempre os teus amáveis carinhos.

    PS: Temos aqui no Rio Grande do Sul uma cidade da campanha, junto à fronteira com o Uruguai, chamada Dom Pedrito, em referência a um espanhol que contrabandeava produtos de um lado para outro e abriu muitas picadas (estradas pequenas) que deram origem a cidade desmembrada de Bagé em 30 de outubro de 1872, chamado Pedro Ansuateguy, el Dom Pedrito.

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    1. Hola, querido, guapo, hermoso, precioso Pedrito, que no es de Portugal, pero do Brasil!

      Começaste, tão bem, tão ternamente, tua resposta! E logo eu que pratico dança de salão, meramente para me divertir e exibir, tb (rs), mas aceito, desde já, o teu convite pra dançar.

      Papá babadinho que só vendo! Fico feliz por teus filhos se encontrarem bem, pelo aniversário de Fábio ter sido uma festa de amor e alegria e dá a Mónica um big beijo, k lhe mando eu.

      Churrasco, por aí, em ocasiões especiais ou não, nunca pode faltar. Que o saboreiem, sempre, com mto prazer!

      Pois, já entendi, "homi" não gosta de levar pra casa "desaforos", caso não, é a pobre da mulher e dos filhos k pagam o "assunto" não resolvido (rs), mas se a mulher for esperta (somos todas) a "coisa" se resolve, se atenua, se dilui, de um outro jeito (rs).

      Gostei da tua expressão de "assédio moral". Achei o máximo, te digo. Coisa de homem mto inteligente e garboso, como tu és.

      Olha, nunca ingeri bebidas alcoólicas na minha vida, como nunca fumei, nem usei drogas, etc., POR OPÇÃO, mas entendo quem goste de um bom vinho.

      Já conheço o blogue do Carlos Romão, que julgo k vive ou é natural do Porto e até li lá comentários teus. É mto bom termos amizades em vários cantos do mundo.

      Então, de viagem, pra semana, para o Uruguai. Desejo k apanhem bom tempo, que se divirtam e que se enriqueçam em amor.

      Se quiseres, passa por meu blogue, pra deixares lá um beijinho teu e tb de Sandrinha e dos meninos.

      Uma Páscoa de amor e de renovação.

      "Dom Pedrito", amico mio, muchos besitos para ti y felices dias.

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    2. Hola Céu, amada menina, realmente não sou de Portugal, o que muito me honraria, mas tenho com orgulho parte de meu sangue lusitano, pois como sabes o bisavô de meu pai, segundo testemunho do próprio, era de Porto, o que me deixa ligado a este maravilhoso país.
      À las frescas (Expressão nossa de admiração, surpresa ou espanto), não sabia que gostavas de dançar. Meus filhos fizeram cursos de danças Gaúchas, mas eu sou ruim nesta arte, pois não tenho a mesma destreza de saber dançar com estilo.
      O Churrasco é tradicional em todas as reuniões de familiares e de amigos, mesmo que seja na hora de assistir um futebol (coisa que não me atrai, o futebol, não o churrasco) ou simplesmente nos fins de semana, o churrasco é um acontecimento que está ligado a nossa cultura, tão arraigado que não há como fazer uma reunião sem ter os espetos cheios de carne, ao ponto de diariamente encontrarmos as churrascarias cheias. Nessas churrascarias, pode-se comer a vontade, costela, maminha, alcatra, vazio, picanha, salsichão, porco a pururuca, javali, linguiça (ai que dor, tiraram o trema e ela ficou menos gostosa), além do coração e cortes de galinha, queijo e abacaxi assados e muita carne de ovelha, tudo acompanhado de farinha de mandioca, crua ou tostada, geleias de mirtilo, morango, hortelã, framboesa, pêssego e outras, por um único valor, não importando a quantidade que o vivente possa consumir. Tanto que quase todas as casas e muitos apartamentos têm suas churrasqueiras, como no caso de Fábio, que ao construir seu salão de festas o fez com uma bela churrasqueira, tendo ao lado um belo fogão campeiro, bem típico.
      Quanto às bebidas, que não as aprecia, eu gostaria de deixar registrado que bebo apenas vinho, chimarrão e água mineral com gás. Não bebo nenhuma bebida alcoólica fora de casa, e o vinho que bebo é pouquíssimo e não é todos os dias, pouco mais de meio cálice. Tenho horror de ver homens bebendo em balcão de bar ou armazém (bolichos) e como tu, não fumo ou uso qualquer tipo de porcaria, assim são os meus filhos. Sandinha detesta qualquer bebida ou tabaco
      Temos aqui no Brasil uma bebida fortíssima, produzida aos milhões de garrafas em todo o país e também muito exportada, chamada cachaça, feita de “caña de azucar” que é, assim como o café, uma bebida nacional, porém não aprecio nem o café, nem a cachaça.
      Semana que vem vou “despasito” à República Oriental del Uruguay, vamos apenas em Rio Branco, viagem que havia prometido ao Fábio e a sua esposa Grasiela. Passaremos em Pelotas, pois quero rever um grande amigo Vital Porep, amigo desde o ano 53 e uma amiga do coração Elaine Acosta, que moram na chamada Princesa do Sul (Pelotas).
      Amada Céu, desejo uma ótima páscoa, cheia de alegria, paz e saúde. Todos mandam beijos e abraços e eu mando outro abraço beijão com carinho e respeito.
      À bientôt.

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  6. Oi Prof. Pedro nossa super interessante seu comentário, pensava que chimarrão era coisa natural ainda bem que o natural da vida ainda é o avanço mesmo que seja pouco.
    Então... como é que a capital via as pessoas que usavam pilchas? como se deu essa aceitação?
    De antemão... Boa páscoa para ti e para os teus.
    janicce.

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    1. Olá amiga do coração Janicce, privilégio imenso.
      Quando em vez, quase todos os dias, dou uma passada em teu maravilhoso cantinho e me delicio vendo tanta beleza exposta em teu blogue. Sinto-me honrado.
      Quanto ao chimarrão é uma invenção dos índios Guaranis, que iniciou no Paraguai, com o chamado Tererê, mate frio ou gelado, mas que evoluiu para o chimarrão, que quer dizer selvagem, feito da mesma erva mate (Ilex Paraguariensis) e se espraiou por todo o Cone Sul e hoje é até encontrado na Amazônia levado pelos Gaúchos que para lá migraram. Lembrando que o mate é muito antigo, e mesmo antes da chegada dos brancos europeus ao nosso continente os índios já faziam o uso deste produto, assim como do tabaco, desconhecidos na Europa e em outras partes de Mundo.
      Quanto às vestes dos Gaúchos, que evoluiu do simples xiripa às bombachas, era uma coisa muito usual nos países do Cone Sul, do trópico de Capricórnio para baixo, na América do Sul. Por não ser a Grande Porto Alegre uma região tipicamente Gaúcha, até os anos 70 um homem pilchado causava espanto entre os porto-alegrenses, e muitos eram ridicularizados, pois eram chamados de grossos, selvagens e mambiras, porém como a forte cultura Gaúcha é rica, e teve na pessoa do Engenheiro Agrônomo Paixão Cortes um acérrimo defensor, ela foi sendo introduzida aos poucos e passou a ser normal um homem ou mulher andarem assim vestidos. Visto que, na Semana Farroupilha é tradicional o seu uso, mesmo na Capital. Porém para os porto-alegrenses foi muito difícil à aceitação. O que hoje é bem vista, pois inclusive há uma Lei Estadual de nº 8.813, de 10 de janeiro de 1989, apresentada pelo Deputado Estadual Algir Lorenzon, de origem italiana, que nada tem a ver com os Gaúchos, que oficializou as pilchas Gaúchas como indumentária oficial, assinada pelo Governador da época Amaral de Souza, tanto nas atividades comuns, como em solenidades oficiais, e que pode substituir o traje convencional. Bombachas, botas, camisa, lenço, colete e ou casaco, rastra ou guaica. Nessas solenidades o homem não deverá usar seu talher de briga, a famosa adaga, e em locais fechados não deve usar o chapéu. A adaga faz parte do traje Gaúcho e por força de lei seu uso é liberado, mesmo em locais públicos. Lembrando que Porto Alegre jamais foi Farroupilha e lutou contra os Revolucionários Farrapos, tendo inclusive sido homenageada pelo Império com o Título de Mui Leal e Valerosa. Coisa que a história registra e não apaga, visto que a Grande Porto Alegre como a Serra Gaúcha não podem ser consideradas zonas verdadeiramente Gaúchas, pois nessas Regiões há um paisano de cada pelo.
      Outrossim, o hábito de tomar chimarrão foi muito lento e criticado em Porto Alegre, mas que aos poucos foi sendo trazido pelos interioranos e hoje, por modismo e aceitação é uma bebida usual em encontros de amigos e familiares em praças públicas, o que em outras cidades é normal e bonito de se ver, como na Campanha, Missões e Fronteira Oeste, de uso diário, normal e corriqueiro. O Uruguai é hoje a Meca do mate (chimarrão), mas Uruguaiana é sem dúvidas a capital brasileira desta beberagem tão sadia, digestiva e diurética de primeira linha, que aconchega os amigos em rodas de bate-papos (conversas).
      Amada amiga Janicce, que bons ventos limpem o teu caminho, que a luz do Sol apague todas as sombras e incertezas e que a chuva lave o solo por onde pisares, que teu caminhar sobre a Terra seja seguro e tranquilo e que tenhas uma feliz Páscoa.
      Com respeito e carinho recebas um abraço respeitoso deste velho professor que tanto te admira.

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