Mais que provavelmente o
impressionismo foi o fenômeno tão importante que poderia afirmar ser o mais
importante movimento nas artes europeias desde os renascentistas, no que se refere
aos novos conceitos e nas inovações visuais que trouxe em seu bojo.
A pintora Eva Gonzalès, retratada por Edouard Manet em 1870
O Impressionismo muda o
enfoque conceitual da natureza, ou seja, a natureza é o que se vê, como a
percebemos, substituindo a suposta realidade estável pela fugacidade ao
rejeitar a ideia de que há cânones específicos para expressar sensações,
abandonando as sombras negras e as linhas demarcatórias.
Inundação do Porto de Marly de Alfred Sisley - 1876
Saíram de seus estúdios e
foram pintar ao ar livre, nos campos, nos parques, nas estações ferroviárias e
na beira dos rios e nesses locais conseguiram obras fascinantes como a Manhã Enevoada
e A Inundação do Porto de Marly, de Alfred Sisley e Os Choupos a Beira do Epte,
pintado em 1891 por Claude Monet, o velho Claude que nasceu no ano de 1840,
vindo a falecer em 1926, tendo sobrevivido a Primeira Grande Guerra.
Meninas Correndo no Cais de Walberswick, de Philip
Wilson Steer - 1894
Cresceram na Paris
maravilhosa de Balzac e em seus cafés formavam grupos, discutiam e se
aprimoravam e com o uso de paletas multicoloridas experimentavam várias
técnicas de esfumaçar a cor.
Foi na verdade o primeiro
movimento pictórico a ter consciência de si mesmo, nascendo dentro de um
determinado contexto social e cultural do qual tiraram sua ideologia e moldaram
suas linhas, pois não estavam muito longe da Revolução Francesa, passando pelo
golpe de 1848, pelo Segundo Império, pela Guerra Franco-Prussiana.
Cena de Banho em Asnières, de George Seurat - 1883-84
Viveram intensamente sob
constante efervescência política, não podendo se descartar as influências
Marxistas e Darwinistas na maneira dos Impressionistas se relacionaram com a
sociedade e a pintura.
Manhã Enevoada de Alfred Sisley - 1874
Das obras desses grandes
Impressionistas escolhi algumas que sempre me acompanharam desde que delas tive
conhecimento e povoaram e ainda povoam meus mais internos sentimentos quando
falo sobre arte ou apenas penso em arte como a essência mais refinada da
genialidade humana. Incomparável genialidade impressionista que nos
impressiona, pois poderia impressionar com grandes nomes como Renoir, Degas o
mestre dos mestres Claude Monet, que não deve ser confundido com Édouard Manet,
porém comecei a ilustrar com artistas muitas vezes desconhecidos e para muitos
de menor brilho, mas que foram tão mestres quanto aos grandes mestres, como a
própria Eva Gonzalès retratada por Manet, em 1870.
Pai Tunguy de Vincent van Gogh - 1887
Um detalhe importante é que
o hoje tão surrealmente valorizado Vincent van Gogh, que em sua loucura agravada
pelo uso intenso de absinto vivia em extrema miséria acompanhado de sua esquizofrenia
que o levou a cortar a própria orelha e foi somente próximo à morte que seus
quadros passaram a ser olhados com mais atenção tomando hoje verdadeiras
loucuras de preços avaliados em milhões de dólares.
Choupos a Beira do Epte de Claude Monet - 1891
Aos meus leitores deste
derradeiro dia de 2015, tenham todos um ano novo longe do amargor do absinto e
das insanidades como vimos este ano, que a paz prevaleça e que, mesmo não
crendo, deus não seja mais motivo de tantas mortes e atentados feitos em seu
nome.
Absinto de Edgar Degas - 1876
Deixemos as desilusões deste
casal retratado por Edgar Degas em 1876, que aumenta sua amargura com o amargor
dessa bebida e passemos a saborear as coisas doces e boas da vida.
Tenham todos um ótimo 2016.
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