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sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Felicidade.



Para explicar a felicidade poderíamos recorrer a montanhas de livros e citações. Poderíamos também recorrer a centenas de pensadores, filósofos religiosos e teóricos e aí nos perderíamos com Dalai Lama, Aristóteles, Gautama, Vardhamana, Marx, Epicuro, Freud, Comte, Bentham, Stuart e outros. Poderíamos procurar dentro da Filosofia, da Psicologia e mesmo nas religiões e buscar entender o que é, de fato, a felicidade.


Procuraríamos em todos os campos alguma explicação plausível para tal e conflitante estado de harmonia, porém esbarro sempre no batido ser ou não ser, pois felicidade muitas vezes é confundida com um estado de intensa alegria, o que não simboliza felicidade, pois a alegria é passageira, diferente de felicidade que seria um estado perene, pleno de harmonia e jubilo.


A felicidade não pode de maneira alguma ser um caminho perene, pois muito lendo sobre relatos de pessoas que se dizem felizes, deparo-me sempre com o iminente fim deste caminho, por mais profundo e filosófico que seja o conceito e construção deste estágio, pois há dois sentidos que vejo sobre tal estado psíquico. 


O primeiro é o passageiro. O passageiro é aquele cuja pessoa se sente extremamente confortável, um momento de graça ou quase graça, otimismo, dinheiro, amigos, amores, poder e despreocupações, que lhes dão essa sensação de euforia, alegria e segurança, porém podemos estar à beira de um abismo e em momentos cair. Cair em profunda depressão, em angustias, no pessimismo e medos, o que indubitavelmente prova que a felicidade não é este estado ilusório de plena harmonia e sim um passageiro período de extrema alegria, de conforto mental e serenidade. 


O segundo, é prolongado e desumano, é o estritamente personalista, onde as pessoas importam-se apenas com o seu Eu, com suas vitórias e seu bem-estar, esquecendo que não estamos sós neste mundo feroz. E aí estaremos navegando na hipocrisia de não se importar com os que vivem, e a esmagadora maioria vive num estado de total desamparo, infelicidade e dor. Muitos, mesmo cercado de outros, estão sós, absolutamente sós.


Tão só estamos que mesmo no instante do pleno prazer, após intensos e doados afagos e carinhos com o parceiro ou parceira, entregue plenamente à luxuria, no exato momento de um magnífico orgasmo estamos realmente sós, pois o que sentimos é pessoal, intrinsecamente pessoal, pois não sentimos o prazer do outro. O Eu e depois o outro, mesmo que no compassado tempo, aquele momento é, sem sombras de dúvidas, egoísta.

A felicidade no âmbito, digamos “espiritual” salvo disposições em contrário é oposto a todos os conceitos mais refinados de religiosidade que sempre traz no bojo a palavra amor. Se eu professar o verdadeiro amor como posso me sentir feliz rodeado de tanta desgraça. A não ser que meus conceitos de amor sejam estritamente voltados para o Eu e os meus conceitos de felicidade sejam também egoístas.


Se assim for o Eu está acima de tudo, não me importando com milhões de crianças que passam fome, com milhões de seres humanos que neste exato momento estão sofrendo todos os tipos de brutalidade. Fecho os olhos para não ver a destruição de animais e florestas, fecho os olhos para não ver a destruição dos mares e oceanos e sua fauna.

Perdoem-me, mas eu não sou a tal ponto egoísta. Não consigo fechar os olhos diante de tanta barbárie que o próprio homem comete para enriquecer ou simplesmente ignorar que esta é a nossa casa, e nós estamos, dia a dia destruindo, poluindo, matando.


Poderíamos discorrer também sobre textos de Buda, Dalai Lama, dos antigos filósofos gregos que a chamavam de eudaimonia ou mergulharmos no Jainismo, no Taoísmo, no Xintoísmo e em tantos outros ismos a procura de uma definição concreta deste estado permanente de plenitude, satisfação e equilíbrio psíquico e físico, em que não há inquietações e sofrimentos e os sentimentos vão de uma intensa alegria ao júbilo.


Zoroastro, cuja época de sua existência não é precisa, mas calcula-se que tenha vivido pelo Século VII, goela abaixo imposto pela Santa Igreja como sendo antes de Yeshua (a.C.), ao perguntar à divindade Ahura-Mazda sobre o que era a felicidade, Zoroastro recebeu a simples resposta que a felicidade é um abrigo contra o fogo e contra os animais ferozes, ter mulher, filhos e rebanhos de gado.


Aí eu me pergunto:

Isto é felicidade?

Certa noite, quando cursava a Faculdade de História, a Mestra de uma cadeira de História Medieval, a Professora Mirian ao saber de meu ateísmo disse que os ateus não são felizes, não sabem o que é a felicidade, ao que eu respondi:

- O que eu não entendo é como um religioso, que fala em amor pode ser feliz sabendo de tanta maldade, inquietudes e extrema miséria que muitos vivem. Eu por exemplo não posso ser feliz vendo tantos homens e mulheres descalços, sem trabalho, sem dinheiro vendo seus filhos famélicos morrendo de inanição. Isto não condiz com os mais primários conceitos religiosos, quanto mais humanos. Realmente não posso ser feliz, mas a Senhora, crente em Deus, há de regozijar-se diante da fome que mata milhões de crianças e ainda dizer Graças a Deus que não é comigo e rir da desgraça alheia.

Ela vermelha, ficou um bom tempo sem nada dizer, olhando-me perdida e sem respostas mudou o assunto e não mais  questionou o meu ateísmo.


Passei a ver que as pessoas que aparentam felicidade geralmente são as mais beócias, vivem num mundinho de ignorância e mesmo na miséria qualquer coisinha as deixam “felizes” com o pouco que tem. Vivem num verdadeiro mundo de Bob, sem saberem que guerras estão sendo travadas, que hospitais estão abarrotados de crianças que já nascem doentes e muitas morrem sem ter hospitais, que milhões padecem de fome, que milhões não tem perspectivas.

Por este motivo me parece que se confunde alegria com felicidade, pois um homem probo, de bons princípios morais e éticos não pode se dizer feliz se tiver “conhecimento”, pois o conhecimento leva indubitavelmente à infelicidade. Eu sei por isto eu sofro. Eu sei, por isso não posso em hipótese alguma ser feliz. O sofrimento, a dor, o infortúnio, a fome, as doenças e tantas outras coisas que se passam neste mundo cruel com a esmagadora maioria, não deixam ser feliz o homem que sabe e se importa com os desafortunados.

Como posso eu ser feliz sabendo de tanta maldade, de tanta fome, de tanto ódio e de tantos descalabros na vida desta humanidade nenhum pouco humana.


O filósofo grego Pirro de Élis, dizia que a felicidade residia na tranquilidade. 


Que tranquilidade?


Que tranquilidade temos sabendo que um Pato Donald Trump, pode a qualquer momento iniciar uma guerra de extermínio. Que tranquilidade podemos ter sabendo que o mesmo Pato quer expulsar milhões de pessoas dos EUA e jogá-las na miséria de seus países de origem. Que tranquilidade podemos ter sabendo que bilhões de dólares são gastos por hora em armamentos. Armamentos esses cada vez mais devastadores e letais. Enquanto isto milhões e milhões de pessoas morrem de fome, animais são exterminados, florestas são devastadas e os oceanos são envenenados.


Ou será que eu sou o Joãozinho do passo certo?

Vejo muitos dizerem que são felizes. Pura e requintada hipocrisia, pois como pode ser uma pessoa feliz sabendo que seus irmãos, homens, mulheres e crianças andam como cadáveres circulando pelo mundo num verdadeiro circo de horrores em campos de refugiados, assassinados por divergências religiosas e políticas, mortos por latifundiários para se apropriarem de suas parcas e pobres terras.

Realmente não consigo entender este estado mesquinho de harmonia que um discutível Jesus tenha defendido o amor como elemento fundamental para atingir esta harmonia, inclusive no patamar da felicidade. Mas se alguém ama como pode ser feliz com tantos passando por uma infelicidade generalizada, doente, miserável e faminta.


AH! Dirá aquele fervoroso religioso, que fecha os olhas diante da desgraça humana: Tu tens que buscar a felicidade, pois ela é um bem para ti.


Como poderei ser feliz no meio de tanta infelicidade. Ou sou um verdadeiro alienado ou sou um hipócrita arrogante. Como aceitar que os outros sofram enquanto eu me digo feliz.


Não sou!


Não sou porque não sou hipócrita e sofro muito pelos despossuídos, pelos marginalizados, pelos discriminados, pelos que já nascem doentes, pelos famélicos e valetudinários. Sofro ao ver tanta maldade, tanta hipocrisia. Poucos com tanto e tantos com pouco ou nada.

Dá para ser feliz?

Dizia Aristóteles que a felicidade pode ser atingida pela prática do bem, porém se alguém tem que fazer o bem, pressupõe-se que alguém não está bem, e se alguém não está bem e precisa de alguém para superar alguma vicissitude, como, diante deste dilema alguém pode ser feliz.





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sábado, 12 de outubro de 2019

Cristo e os Atormentados.


Há de se pensar.


Herodes, ou Herode I, também conhecido como Herodes o Grande, nasceu Edom no ano 73 e veio a falecer no ano 4 antes de nossa era, como se popularizou dizer, antes de Cristo ou a. C.



                     Herodes.

Ora, pois. Se ele morreu 4 anos antes do nascimento de Jesus, como mandaria matar todos os meninos que teriam nascido no mesmo dia do nascimento de Jesus?


Alguma coisa está errada.


Porém a maioria dos historiadores concorda que há muitas coisas conflitantes escritas sobre o chamado Cristo, que não é nome de Jesus e sim quer dizer “aquele que foi ungido ou consagrado”. (Por quem?)


Navegamos então num mar de incertezas, mentiras e arrumações feitas por quem tinha e tem interesse em cristianizar, portanto a única coisa que explica é a fé cega, já que a razão nos leva por outros caminhos.

                  Josefo.


Flávio Josefo, único escritor da época de Jesus, porém nascido mais de 30 anos da suposta morte deste, sobre ele escreveu meia dúzia de linhas e nada do que ele escreveu tem relevância histórica, pois pouco ou nada disse a respeito deste que deveria ter todas as atenções. Por que não teve? Outrossim, sabe-se hoje que tais escritos de Flávio Josefo foram deliberadamente falsificados e somente no Século IV vieram à luz através de fontes não confiáveis, fontes essas cristãs que tinham interesses escusos sobre esses episódios. Tanto que se analisarmos a fundo tais escritos de Josefo, vamos encontrar essas passagens sobre Cristo colocadas a esmo, sem nenhuma relação com que ele, Josefo, estivesse escrevendo. Ou seja, mais uma das milhares de falsificações feitas através dos Séculos.


Muitas coisas ficam sem explicação, pois o mais que foi escrito sobre esse homem, chamado Jesus, só foram escritas muitos e muitos anos depois de sua morte, morte ainda não muito bem explicada e que foram escritas quando tudo já estava contaminado pelas crendices, fábulas e fé doentia, ou seja, tudo já estava contaminado tanto no aumentativo quanto no superlativo.


Todos os que escreveram a posteriori o fizeram por interesses dúbios.


O próprio Concilio de Niceia, no ano de 325 foi uma enorme fraude, pois seu organizador o Imperador Constantino I, deixou bem claro aos bispos que dele participaram que não haveria complacência com aqueles que não votassem conforme sua vontade, inclusive no caso escandaloso de converter Jesus, simples Soldado raso no próprio General dos Exércitos, Deus. Lembrando que até bem pouco tempo muitos imperadores e reis se diziam o próprio deus e o povo parvo, simplório e dominado acreditava. Ainda hoje muitas pessoas são promovidas a deus, como ocorre em muitas seitas, principalmente no Nepal, onde as meninas deusas são veneradas por hindus e budistas, que acreditam que elas são uma reencarnação da deusa hindu Durga. No entanto, deixam de ser deusas após sua menarca (primeira menstruação) e outra é escolhida para tal fim. Concluímos então, que se as meninas são substituídas é por que não seriam reencarnações de deusa alguma.

                  Deusa Durga.
  

O que me deixa atônito é que as pessoas acreditam cegamente. Pessoas muitas vezes bem escolarizadas, doutores, além, é óbvio, do povo que acredita em tudo que se diga.

                Menina Deusa 


Ora bolas! Se há muitos atormentados que acreditam em pastores é fácil mensurar o tamanho da inteligência desses, pois basta ter verborragia para levantar um séquito de condutopatas, atormentados a seguir esses embusteiros e o pior, quando mais a mídia mostra os falsos videntes, os falsos milagres e os falsos homens de deus, que usam da ignorância do povo para enriquecer e tirar outros proveitos, mais e mais as pessoas ficam cegas, dominadas e como robôs os seguem e quando a polícia tira um de cena, outro aparece em seu lugar com mais força e os mesmo seguidores do primeiro canalha continuaram a seguir o segundo, pois, não só a ignorância os segue, quem os segue são os atormentados, mal amados, desesperançados, infelizes que acreditam em tudo que seja dito, na busca de um consolo às suas mentes atormentadas, mesmo que seja uma pessoa bem instruída, principalmente se o que é dito seja uma história escabrosa, sensacionalista e absurda. A mim parece que as pessoas gostam de ser enganadas e quanto maior for a mentira mais e mais adeptos esses farsantes conseguirão.