PS

PS

SEGUIDORES

sábado, 21 de março de 2020

Deus e o ateu:




Um ateu, assim como Dráuzio Varela, Monteiro Lobato, Jorge Amado, Chico Buarque, Caetano Veloso, Lima Duarte e tantos outros, que são pessoas boas e honestas, mas não creem em deus, pois nada devem, já que quem muito deve são aqueles que vivem orando e pedindo coisas, saiu pelo mudo à procura de algumas respostas às suas inúmeras dúvidas. 

Dúvidas quanto o Universo, quanto às doenças, quanto o bem-estar dos povos, sobre igualdade, sobre justiça social e felicidade, entre milhares de outras dúvidas próprias de um ateu, que está sempre preocupado com o próximo, pois são cooperativos, educados, auxiliam a quem necessita que se preocupam com a fome e milhões vivem passando fome e gostaria que ela não existisse e que a sociedade fosse justa e igualitária.


Ao passar perto de uma Sinagoga lembrou-se então da resposta de um Rabino que ao ser perguntado sobre o que um crente e um ateu fazem ao serem interpelados por um mendigo pedindo caridade:


- Disse o Rabino que o ateu tirará do bolso algumas moedas e dará ao infeliz para que ele compre algum alimento, já o crente apenas dirá: Deus vai te ajudar. Virará as costas e seguirá seu caminho.


Nessa longa caminhada o ateu encontrou um homem e a este perguntou se ele acreditava em deus, e o homem, apresentando seriedade e inteligência respondeu que acreditava, mas acreditava no deus de Spinoza:


Surpreso o ateu disse ao educado cavalheiro que já havia lido sobre Baruch de Espinoza, nascido Benedito de Espinoza, (1632-1677) e que foi um dos grandes racionalistas e filósofos do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, ao lado de René Descartes e Gottfried Leibniz e  completou dizendo saber quem é o deus de Spinoza e sei também que esse deus é diferente do deus dos Cristãos, porque esse deus diz:

Pare de ficar rezando e batendo no peito!

O que quero que faças é que saia pelo mundo e desfrute a vida. Quero que goze, cante, divirta-se e aproveite tudo o que fiz pra você.

Pare de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que você mesmo construiu e acredita ser a minha casa!

Minha casa são as montanhas, os bosques, os rios, os lagos, as praias, onde vivo e expresso amor por você.

Pare de me culpar pela sua vida miserável! Eu nunca disse que há algo mau em você, que é um pecador ou que sua sexualidade seja algo ruim. O sexo é um presente que lhe dei e com o qual você pode expressar amor, êxtase, alegria. Assim, não me culpe por tudo o que o fizeram crer.

Pare de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo! Se não pode me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de seus amigos, nos olhos de seu filhinho, não me encontrará em nenhum livro.

Confie em mim e deixe de me dirigir pedidos! Você vai me dizer como fazer meu trabalho?

Pare de ter medo de mim! Eu não o julgo, nem o critico, nem me irrito, nem o incomodo, nem o castigo. Eu sou puro Amor.

Pare de me pedir perdão! Não há nada a perdoar. Se eu o fiz, eu é que o enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso culpá-lo se responde a algo que eu pus em você? Como posso castigá-lo por ser como és, se eu o fiz?

Crê que eu poderia criar um lugar para queimar todos os meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que Deus faria isso?

Esqueça qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei, que são artimanhas para manipulá-lo, para controlá-lo, que só geram culpa em você!

Respeite seu próximo e não faça ao outro o que não queira para você! Preste atenção na sua vida, que seu estado de alerta seja seu guia!

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é só o que há aqui e agora, e só de que você precisa.

Eu o fiz absolutamente livre. Não há prêmios, nem castigos. Não há pecados, nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Você é absolutamente livre para fazer da sua vida um céu ou um inferno.

Não lhe poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso lhe dar um conselho: Viva como se não o houvesse, como se esta fosse sua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não houver nada, você terá usufruído da oportunidade que lhe dei.

E, se houver, tenha certeza de que não vou perguntar se você foi comportado ou não. Vou perguntar se você gostou, se se divertiu, do que mais gostou, o que aprendeu.

Pare de crer em mim! Crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que você acredite em mim, quero que me sinta em você. Quero que me sinta em você quando beija sua amada, quando agasalha sua filhinha, quando acaricia seu cachorro, quando toma banho de mar.

Pare de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra você acredita que eu seja? Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que me agradeçam. Você se sente grato? Demonstre-o cuidando de você, da sua saúde, das suas relações, do mundo. Sente-se olhado, surpreendido? Expresse sua alegria! Esse é um jeito de me louvar.

Pare de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que o ensinaram sobre mim! A única certeza é que você está aqui, que está vivo e que este mundo está cheio de maravilhas.

Para que precisa de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procure fora. Não me acharás. Procure-me dentro de você. É aí que estou, batendo em você.

O homem sorriu e disse ao ateu que ele estava correto, pois este é o meu deus. Porém tenho uma dúvida: Se errarmos e cometermos um mal qualquer, seja um roubo, um assassinato ou qualquer outro deslize, esse deus nos punirá?


O ateu sorrindo balançou a cabeça e disse ao homem que NÃO, pois para isto existem as leis dos homens, que se bem aplicadas punem o infrator, mas não o pune eternamente, pois seria uma aberração. 


Alegres despediram-se e cada um foi para seu destino, a vida. A vida cheia de graça e beleza que está aí para ser bem aproveitada por todos.


O homem foi-se feliz tendo no coração o deus de Spinoza e o ateu continuou ateu pensando no que realmente tem valor são as leis dos homens, pois estas estão ai para serem aplicadas, podem favorecer ou punir e seus pensamentos voaram e ele se perguntou:


- Se alguém quiser seguir a lei desse deus cristão fictício, como açoitar a esposa, sacrificar o primogênito, apedrejar o filho comilão e beberrão, apedrejar até a morte uma mulher adúltera ou um homossexual e tantos outros absurdos que esse deus cristão manda, certamente será punido pelas leis dos homens, pois essas são as que realmente têm valor. O resto é pura ilusão.


E foi-se em seu caminho pensando no Deus de Spinoza, e a cada passo sorria e via a beleza a sua volta, uma árvore florida, o gorjeio de um pássaro, a brisa soprando em seu rosto e assim se foi, leve e livre das aberrações bíblicas. Feliz por ser ateu como Jodie Foster, Jack Nicholson, Oscar Niemeyer, Pablo Picasso, Antônio Fagundes e Angelina Jolie, Bill Gates, Charles Chaplin, Luís Fernando Veríssimo, Malu Mader, entre milhares de outros.




sexta-feira, 20 de março de 2020

Histeria Coletiva





Também conhecida como doença psicogênica de massa, são casos em que muitas pessoas ao mesmo tempo passam a apresentar os mesmos sintomas, chegando à beira da loucura ou fobias incontroláveis, acreditando em ataques generalizados de seres espaciais, fantasmas ou contaminação por agentes radioativos e doenças muitas vezes inexistentes, e as mais variadas distorções de fatos e percepções erradas, o que leva um grupo de indivíduos a esses mais intrigantes sintomas. 



Pode-se também chamar esse estado de “efeito manada”. Ou seja, basta uma pessoa agir de determinada maneira que as demais, levadas pelos mais complexos efeitos psíquicos a agirem da mesma forma, inflamando ainda mais o grupo exposto a essa percepção. Como tal temos agora um exército de condutopatas que passou a acreditar ensandecidamente ser a Terra plana, conforme era o pensamento da atrasada Idade Média, pois bastou um ignorante dizer isso na televisão para que os parvos, néscios, extremamente ignorantes e simplórios começassem a divulgar em seus cultos obscurantistas essa total aberração e seus rebanhos atormentados, desiludidos, mal amados, verdadeiras bestas ignorantes a acreditarem e também espargirem em seu meio tal absurdo.

Basta alguém dizer ter visto uma nave espacial, ou mesmo um lobisomem que os demais veem e sentem sua presença.


Nota: Hoje os cientistas procuram vida fora da Terra, o que não é improvável, pois basta ter carbono, água em estado líquido e um meio, mesmo que inóspito, para surgir vida. Não quero dizer com isto que seja vida inteligente, “mas vida, apenas vida”, pois neste imenso Universo, que possui mais de 10 sextilhões de estrelas observáveis o impossível não é existir e sim onde.


Esta mesma histeria há pouco aconteceu no Brasil, quando um canalha de um padreco disse ter visto o pé da virgem saindo de uma nuvenzinha e tocando uma árvore e o povo daquela região, como desesperado fazia filas imensas para ver tal árvore e tal bobagem, alucinado e idiotizado. Muitos totalmente dominados por crendices chegavam a beber gotas que caiam de um emaranhado de teias de um inseto, achando serem as lágrimas da virgem. 

Que virgem?

O mesmo aconteceu com as aparições de Fátima, que foi um hediondo crime praticado pelo clero de Ourém, contra três ingênuas e ignorantes criancinhas, em Portugal, tornando-se nessa histeria mundial ou a própria Trilha de Santiago de Compostela na Espanha, que desde o século IX recebe crentes que acreditam estar em Compostela os restos de Santiago ou São Tiago Maior, que morreu no Oriente Médio, mas sua tumba de pedra foi sendo soprada por anjos até chegar ao norte da Espanha. Isto mostra bem como é fácil manobrar com a mente das pessoas levando-as a essas histerias. Basta conhecer a história de Compostela para saber como surgiu esse engodo que movimento milhões de dólares para os cofres da Santíssima Igreja, falsa como todas, mas também, cheia de dinheiro.



                          Orson Welles

Essa histeria seria como um efeito dominó, semelhante ao ocorrido em 30 de outubro de 1938 nos EUA, quando Orson Welles pela CBS passou a narrar partes do livro A Guerra dos Mundos e aqueles que começaram a ouvir a dramatização de Welles entraram numa grande histeria e Nova Iorque, Newark e Nova Jérsei o pânico se instalou de imediato e milhares e milhares de pessoas apavoradas correram às ruas em total desespero e o pânico tomou conta da região e inclusive passaram a relatar o avistamento de criaturas e naves. (E dizem que os americanos são inteligentes). A polícia levou horas para reestabelecer a ordem, pois de pessoas simples e ignorantes as mais instruídas e cultas entraram nessa histeria coletiva, apavoradas, desequilibradas e de olhos arregalados corriam fugindo do nada feito dementes, aos gritos e prantos e muitos pesando em matar suas família e suicidar-se para não cair nas mãos dos ETs.

Por outro lado vemos multidões sendo arrastadas por ladinos, num festival de histeria, de falsos milagres, que mantém um grupo preso a determinado líder de maneira inescrutável. Verdadeiros robôs atormentados que passam a seguir seu amo e senhor de maneira doentia, pois com todos os avanços das ciências astronômicas, médicas, físicas, arqueológicas e outras, ainda assim vemos em pleno Século XXI pessoas ligadas por uma força inexplicável às superstições e entendimentos tresloucados da Idade Média, que felizmente só ocorreu na Europa, já que as outras partes do mundo estavam a salvo, livres do malfadado Cristianismo que atormentava pessoas com seus loucos e ignorantes líderes pregando mentiras numa verdadeira ilusão, que ainda mantém milhões de pessoas boas e honestas presas as mais disparatadas “verdades”.


Agora por conta do Coronavirus, ladinos, canalhas e trambiqueiros, aproveitando-se do desespero de otários e néscios estão vendendo álcool gel a preços exorbitantes o vidrinho, dizendo ser abençoado. E os ignorantes acreditam e pagam a esses canalhas somas enormes enquanto que os safados riem-se dos otários. 


Hoje a arqueologia nega muitos fatos relatados na bíblia, porém quem crê, mesmo com provas científicas, provas cabais, ainda viram as costas para a verdade e continuam chafurdando na histeria de uma religião cheia de erros, falsidades, arrumações e mentiras.


Talvez a comédia satírica italiana, dirigida por Mario Monicelli, “L’Armata Brancaleone” seja o filme que mais bem represente o pensamento daquela época, conhecida como Baixa Idade Média, onde padres totalmente malucos viam o demônio em tudo e viviam pronunciando numa verborragia doentia e demoníaca o nome de um deus que os puniria com a danação eterna e como loucos acompanhavam nobres também contaminados por essa crenças esdrúxulas e iam pelos campos e vilas arrebanhado famélicos e valetudinários, também atormentados, para segui-los numa insana GUERRA santa, pois era pensamento geral daquela época que todos iriam para o inferno e que só seriam salvos se lutassem contra o Islã e isto mudou muito, pois segundo Leandro Karnal (Deus do Século XXI – Religião e a Fé Contemporânea - Youtube) ninguém acredita que irá para o inferno, pois o meu deus é bom. Não é o nosso deus e sim o “meu” deus. E se cada um tem o seu deus, teremos, só no Brasil, mais de duzentos milhões de deuses. Na Índia foram catalogados mais de 700 milhões de deus e em algumas regiões em que os ratos são considerados deuses esse número pode subir algumas dezenas de milhões. 



E quem vai dizer que os hindus estão errados?

Quem isto disser estará se pondo na posição de ateu em frente aos deuses hindus. Mas aí pode, pois eles não vão se censurar por serem ateus, mas gostam de censurar os que pensam com os pés no chão.


Mas a loucura não para aí, ela se espraia por povos tanto atrasados como desenvolvidos, como nos EUA, onde a maioria segue cegamente a religião, mostram-se agressivos, ameaçadores e violentos quanto a seus credos, empunhando armas e tendo no racismo sua ideologia. Racismo de todos os lados.


Acredito que todos aqueles que pregam um deus deveriam ser cordatos, gentis, bons, educados e pacíficos, porém não é o que acontece na prática, pois vejo a grosseria, a agressão, a prepotência e os mais vis descalabros exatamente naqueles que doentiamente creem. 


Mostram-se agressivos, derramando todo seu ódio e ira nos que venham discordar de sua fé, nem sempre honestas e nem sempre verdadeira.


Essa histeria coletiva se manifesta de diferentes formas e veja que a hipocrisia é o que norteia esses histéricos que pregam o amor e a paz e falam em Guerra Santa ou para os islâmicos a Jihad. 

Oh dor! Oh dor! Será histeria ou hipocrisia, pois nenhuma guerra é santa.


E no Brasil não estamos longe desses tararacas que querem transformar o país numa bestial teocracia, onde o povo será obrigado a pagar dízimos a canalhas e viver orando feito malucos atormentados como se fazia na Baixa e Alta Idade Média e quem não se converter obrigatoriamente, será de alguma maneira punido pelo ódio dos que creem.

Durma-se com um bagulho desses, digo barulho.