Há horas venho escrevendo e
criticando o Acordo Ortográfico, que foi a maior bobagem já feita por
“intelectuais de plantão”, uma bobagem tão grande que extrapola fronteiras.
Entretanto ninguém deu
atenção, mesmo quando na ativa criticava tal bobagem feita por algum idealista
que vive com a cabeça na Lua e sem nada fazer para inventar essa atrocidade.
Um Acordo tímido, mal feito,
mal acabado, acanhado e mal acordado.
Tão mal acordado que vamos
escrever igual ao português da República do Cabo Verde, com todo o respeito a
essa Nação, que tem uma população menor que muitos municípios brasileiros, pois
conta com 532 mil habitantes, enquanto que nós somos mais de 200 milhões.
Uma coisa que os “sábios”
não se deram conta é que em muitos países, como Angola, fala-se outros idiomas
como o Kibundo e o Umbundo. Assim sendo como vamos dizer que Angola fala e
escreve igual ao Brasil se esses idiomas fazem parte da maneira deles falarem.
Assim como, dentro do Brasil há a língua geral que para mim não é simplesmente
o português e sim o brasilês, entretanto vamos encontrar em cada Estado sua
maneira, seus verdadeiros dialetos, como no Rio Grande do Sul que na Fronteira
Oeste, Campanha e Missões temos o dialeto gauchês.
Quem fora do Rio Grande do
Sul, ou mesmo dentro do Estado, na Grande Porto Alegre e nas zonas de
colonização alemã e italiana sabe o que significa bacudo, bateclô, mambira,
biguano, flete, macanudo, potrudo, puaço, puchero, pingaço, peruano, monarca,
errar o pealo, enquartar, douradilho, de uma feita, despilchado, cola-fina,
vinagre, jaguara, cabano, caborteiro, maleva, taura, botar a cola no lombo,
bolear, camorra, empachar, empeçar, jaguané, pagar vale, soleira, sovéu, piola,
lonca e tantas outras palavras que torna o guasca pau-ferro e taita, num vu diferente
dos demais.
Oigalê xiru que truvisca o
relho.
Porém ontem deu no Jornal
Nacional, talvez então passem a dar maior atenção a essa bobagem que foi feita.
Uma bobagem tão grande que
chega a ser coisa cômica, pois continuam traduzindo o português do Brasil para
o português de fora e vice-versa. Ou seja, nós falamos e escrevemos diferente,
o nosso entendimento é diferente e cada vez será maior até ser, como já escrevi
várias vezes, tão diferente do português de Portugal como é o inglês do alemão,
que são filhos de mesma mãe.
Quem viu o Jornal Nacional
de ontem e leu neste blogue a matéria com o título Os Peros, do último dia 11 e
outras publicações vão ver que tal e nojento Acordo mais atrapalhou do que
facilitou o nosso falar e principalmente o nosso escrever, e como digo sempre,
somos mais de duzentos milhões.
Maioria absoluta, ou seja,
se alguém quiser falar igual a nós que se habilite, afinal somos um dos maiores
idiomas do mundo, e nem incluo os demais que falam esta língua que surgiu dento
do que hoje é Espanha, nós não somos obrigados a escrever igual a essa minoria
que fala um português que não é o nosso, pois continuo a dizer que nós falamos
o brasilês, e em menos de um século estaremos falando uma língua totalmente
diferente da de Portugal.
Se hoje em dia é mais fácil entender
o que fala um espanhol de Madri do que um português de Lisboa, o que nos espera
para mais 100 anos?
E se falamos o brasilês, os
outros que, se quiserem que se enquadrem a nossa maneira de falar e escrever. Chega de estar sempre nos curvando aos estranjas, e quem muito se abaixa acaba mostrando o que não deve. Sejamos nós mesmos.
Veja como esses acordantes
fizeram bobagem lendo algumas palavras usadas em Portugal:
Há algumas palavras a corrigir que, graficamente, não estão corretas na escrita do português de Portugal:
ResponderExcluirAtacador:cadarço
Penso(higiénico) também se refere ao "módis"
Carocha: fusca
Piropo :cantada
Telemóvel :celular
Andarilho:andador
Etc....
Olá caríssima Paola Trindade.
ExcluirEm primeiríssimo lugar, fico muito honrado com a tua participação e colaboração, é para tirar as dúvidas que servem os comentários, porém gostaria de saber se andarilho lá é chamado de andador ou andarilho e andador são temos para designar o aparelho celular? Não entendi, pois não usei nenhuma destas duas palavras em meu texto.
O módis, vem do nome de fantasia ou marca do absorvente Modess, da Johnson & Johnson, que no Brasil passou a ser o sinônimo de absorvente. Como foi a Gillette (gilete) para lâmina, a Frigidaire (frigider) para geladeira e dezenas de outras marcas, como o próprio “Band-aid” que é uma marca registrada da mesma Johnson & Johnson, que pegou o sinônimo de curativo, mesmo que seja de outra marca, isto passou com o tempo designar produtos iguais de marcas diferentes. Como o Jeep, Xerox e outras.
No caso do Modess, não sei se eles assim usam como referência ao produto e não à marca, porém, como expliquei no fim da matéria, o penso tem o sentido de curar, curar-rápido, ou ajudar. Uma ajuda rápida.
Três palavras já foram corrigidas, por erro meu no transcrever (piropo, carocha e atacador), muitas vezes, se não são os bem-vindos comentários, passo semanas sem me dar conta de erros cometidos por falta exclusiva de atenção, como escrever com três “R” juntos ou três “S” ou trocar letras e até sílabas (ki burro). Já em algumas fontes que disponho Carocha tem vários significados, salvo disposições em contrário fico com o carro velho ou lata velha. Meu calhambeque bi-bi!
Aí lembrei de algumas palavras que nos parecem hilárias ou feias:
Churros são chamados em Portugal de “porra recheada” ou “porras recheadas”, coisa várias vezes escritas neste blogue, pois porra na verdade é bengala, donde vai surgir o termo porrada. As bengalas que tinham um “alho porro” esculpido para dar firmeza à mão que a segurava. Muitos, inclusive personalidades globais chamam o alho de poró, assim chamam, pois devem se sentir constrangidos de dizerem porro (pôrro), feminino de porra. Mas é exatamente o certo pois porra como já disse trata-se de uma bengala. Com o tempo o nome porra passou a ter outro sentido.
Em Portugal usa-se o termo cacete para designar “pão”, coisa que para nós gaúchos é normal, pois o pão francês nós chamamos de pão cacete, e o pãozinho é o popular cacetinho e temos também o mini-cacetinho.
Fila em Portugal é bicha, porém na Região da Campanha do Rio Grande do Sul é também assim chamada.
Muitas outras palavras usadas em Portugal que para nós são vistas como estranhas, não passam de palavras encontradas nos dicionários brasileiros que estão em desuso ou por falta de conhecimento geral, sendo que muitos os citam como coisa única de lá.
Caríssima Paola, fiquei muito contente com tuas observações e deixo meu blogue (aportuguesado de blog) ao teu inteiro dispor.
Fico sempre feliz ao encontrar comentários, e procuro sempre respondê-los de maneira cordial.
Um respeitoso abraço desejando a ti e a todos os que te são caros um ÓTIMO 2016.
Com carinho.
Prof. Pedro