Em 1978 estava a negócios em
Pelotas, quando por volta das 10 horas da manhã passando pela Av. Marechal
Deodoro da Fonseca, a menos de cem metros da Av. Dom Joaquim Ferreira de Melo,
observei na pista da esquerda, já que a Deodoro é de mão única, sentido
centro-bairro, uma montanha de quase um metro de altura de paralelepípedos,
diminui a marcha e atrás daquela verdadeira parede havia uma obra, onde quatro
ou cinco trabalhadores trabalhavam em uma tubulação de água. Estavam três deles
dentro de um enorme buraco de também quase um metro, e após tal buraco havia um
monte de terra que haviam tirado da escavação.
Naquela época o movimento de
carros era precário, não se comparando com o que hoje vemos nas ruas. Lembrando
que hoje Pelotas tem um carro para cada duas pessoas.
Após ter visitado uma
empresa em Terras Altas, voltei rapidamente para o centro da cidade resolver
mais um problema.
Ao meio-dia dirigia do centro
sentido Cohabpel, conjunto enorme de edifícios, com grandes apartamentos, ia eu
pela mesma Av. Marechal Deodoro.
Ao chegar neste conjunto
habitacional, como entraria em uma rua à esquerda, dei sinal com o pisca-pisca,
avisando que entraria à esquerda, e como diz a regra, já que eu vou entrar a
esquerda comecei a dirigir pela pista da esquerda, pois faltava da esquina
pouco mais de oitenta metros e dirigia com velocidade reduzida.
Neste momento um táxi quase
encostou seu para-choque dianteiro no meu para-choque traseiro e começou
alucinadamente a buzinar para que eu saísse da frente dando espaço para ele
ultrapassar. Deveria estar com muita pressa e nesta situação ele educadamente
poderia ultrapassar pela direita, afinal eu dava sinal que entraria à esquerda.
Observei que ia apenas o taxista no carro, talvez fosse pegar algum passageiro em algum lugar, até mesmo no aeroporto da cidade.
Observei que ia apenas o taxista no carro, talvez fosse pegar algum passageiro em algum lugar, até mesmo no aeroporto da cidade.
Ora, pois, se eu vou entrar
a esquerda, dando sinal de luz, resolvi por o braço para fora e sinalizar ao
apressadinho que eu entraria a esquerda.
Porém não adiantou e o taxista,
um mau elemento continuou com a mão na buzina sem parar e não contente dava
sinal de luz com seus faróis, para que eu saísse da frente do beleza.
Como eu sou pavio curto,
aliás, sem pavio, lembrei-me da montanha de paralelepípedos onde trabalhavam os
operários da Prefeitura a mais ou menos 400 ou 500 metros.
Então, acelerei o carro e
continuei pela esquerda, a mais de 100 km por hora. O maldito apressadinho com
seu táxi grudado na traseira de meu carro não tirava a mão da buzina, e feito
louco continuava.
Em meus pensamentos via os
homens, naquele horário fora do serviço, pois estariam almoçando em alguma
capatazia, para retornar após as 13 horas, e continuei acelerando.
A atenção do mal educado
taxista, e infelizmente a maioria não tem educação, são broncos e truculentos,
donos das ruas, estava constante na traseira do meu carro para não bater, e ao
chegar ao derradeiro momento de me estatelar naquela montanha de pedras, tirei
violentamente meu carro para a pista da direita, porém o maldito mal educado e
apressadinho não teve tempo e quando se deu por conta já era tarde.
Foi aquele estrondo. O táxi
simplesmente voou sobre o monte de pedras indo parar com o que sobrou das rodas
para cima dentro do buraco. Pelo retrovisor ainda vi uma das rodas dianteiras
ser lançada para o alto e cair em um capinzal que existia a margem esquerda da
Avenida.
Ôrre tasca! O alcaide levou
o que merecia, pois até o motor da porcaria do Corcel foi para as cucuias.
Quase na esquina da Dom Joaquim vi o maldito saindo aturdido de dentro do
buraco.
Talvez com isto tenha
aprendido a ser educado e saber das regras de trânsito. Talvez tenha aprendido
a ser cidadão e tratar as pessoas com urbanismo e respeito.
Ou talvez esteja até hoje me
excomungando.
Muito preocupado vou ficar.
Levou o que merecia e eu
retornei por outra rua e fui até a Cohabpel, tranquilito no más.
Nenhum comentário:
Postar um comentário