A tranquilidade, a paz e o
silêncio, raras vezes cortados por alguns acordes de liras ou harpas foram
subitamente interrompidos por um chamado urgente que ressoou por todos os cantos do
infinito espaço celestial.
Cumprindo as ordens expressas do Senhor, o Príncipe Metraton, imediatamente reuniu-se com seus
Serafins subordinados Vehuiha, Jeliel, Sitael, Elemiah, Mahasiah, Lalahel,
Achaiah e Cahethel, e a eles incumbiu que saíssem imediatamente à procura de
todos os oito Querubins e a eles dessem a ordem de que todos deveriam reunir-se
para os preparativos de uma grande e inesquecível Festa Celestial.
Imediatamente reunidos
Serafins e Querubins organizariam uma verdadeira e inesquecível festa, onde
nada faltaria. Dos bons vinhos feitos de finas uvas, néctar, manjares, pães
especiais e carne de faisão, lagostas cobertas de mel, trufas brancas, açafrão,
foie gras e caviar.
Revoadas de Anjos traziam dos mais distantes pontos do
Universo, frutas cristalizadas com os melhores açúcares de maçãs.
Tâmaras, quindins, fatias de Braga, camafeus, pastéis de Santa Clara e de Belém, trouxinhas de amêndoas e olhos-de-sogra, vatapá e pão com banha.
Tâmaras, quindins, fatias de Braga, camafeus, pastéis de Santa Clara e de Belém, trouxinhas de amêndoas e olhos-de-sogra, vatapá e pão com banha.
O querubim Haziel, a criança
gordinha e bochechuda, com seu jeito de moleque travesso perguntou:
- Puríssimo Metraton, para
quem estamos preparando esta festa.
Metraton do alto de sua
pureza, envolto em seu círculo de fogo, ergueu suas seis asas e alegre
respondeu:
- Estamos para receber uma
alma honesta, pura e santificada.
Todos os Serafins e Querubins
se entreolharam e continuaram imediatamente organizando tal festa sem mais nada
contestar.
Essa alma seria recebida às
portas do Céu pelos Tronos, Anjos jovens e
bonitos, que com suas harpas, citaras e trombetas anunciariam a chegada.
Para tal convocaram para o
dia seguinte à presença de Tsaphkiel, o Príncipe dos Tronos, para que
organizasse os seus para essa recepção.
Também no mesmo dia chamaram Tsadkiel, Príncipe dos Dominações, para que esses, com seus cetros e
espadas, representantes maiores do poder divino sobre toda a criação fizessem
com que todos cumprissem rigorosamente as ordens emanadas do Grande Comitê Central presidido pela grande camarada Jeová.
A organização da grande
festa corria acelerada quando o Serafim Cahethel se lembrou de anunciar a boa
nova ao Príncipe Kamael para que com seus Potências, com suas espadas
flamejantes fizessem a segurança da festa contra o poder maligno e destrutivo
de Satã, que poderia tentar explodir algum demônio-bomba e arruinasse tal e
esperado encontro festivo.
Kamael, prestativo e
solidário colocaria todos os Potências em prontidão para que tudo transcorresse
normalmente e sem incidentes e para tal foi pessoalmente conversar com Raphael
para que esse estivesse presente com seus Virtudes, que levariam o atendimento
a qualquer participante da festa, se necessário fosse.
Enquanto isto os Arcanjos,
sob o comando do Príncipe Mikael, os Anjos sob as ordens do Príncipe Gabriel e
os Gênios, divindades carmáticas ficariam na vigilância permanente da
humanidade para que, enquanto a Festa Celestial ocorresse nada de ruim
viesse a macular aquele encontro paradisíaco.
Passados os dias
necessários, a Festa Celestial estava organizada e pronta para a grande
recepção.
Os Santos reuniram-se com Camarada Jeová no Salão Oval para alinhavar os últimos detalhes, quando de uma bandeja de
prata sobre uma mesa de raríssimo carvalho vindo da Galáxia de Andrômeda, a Cabeça de Companheiro João perguntou:
Antes dele falar, um jovem
de barbas negras, sorrindo, com as mãos e pés feridos com profundas chagas, disse:
- Meu amado primo, isto é
por enquanto um segredo que tenho com meu pai e minha mãe.
A Virgem aproximou-se da
mesa onde estava a bandeja e passando suas níveas mãos nos cabelos de João,
sorriu e disse:
- Não te preocupe, meu
sobrinho, no momento certo saberás.
No grande dia, nos portões
dos céus ainda havia muitos preparativos, alguns santos e almas escolhidas
colocavam flores, tapetes vermelhos, balõezinhos coloridos e pombas brancas
fariam revoadas sem fim.
Os Tronos já estavam a postos
com suas trombetas que anunciariam a grande chegada, quando as harpas e cítaras
começariam a tocar em exuberante festejo, onde a alegria era a tônica desta
Festa Celestial.
Era um momento tão
importante que o próprio deus receberia ao Portão tal e encantada alma.
São Pedro, como sempre,
achou-se preterido de tal função, quando dele acercou-se São Sebastião, polindo
as flechas cravadas em seu corpo dizendo:
- Pedro, não fiques tenso,
esta recepção é única na história e temos que dar do melhor para aconchegar
essa alma.
- Mas Sebastião – Perguntou
Pedro – tu sabes quem é o homenageado com esta exuberante Festa Celestial?
- Não, Pedro – Respondeu São Sebastião, enquanto espetava uma flecha que havia caído de seu corpo – não sei,
mas suponho que pelo tamanho desta Festa , coisa que nunca houve no céu deve ser outro santo que chegará.
Nesse momento Leuviah, um
dos Tronos avisou aos demais que a esperada e santa alma estava à chegar. E
todos os Tronos começaram a tocar suas trombetas, suas harpas e cítaras em
homenagem a tão esperada alma santa.
Deus foi até o portão de
ouro do Céu e de braços abertos acolheu aquela alma e disse:
- Bem-vindo sejas, Senador
da República do Brasil!
Todos atônitos se
entreolharam quando um Bispo disse bravo.
- Ora bolas, eu fui Bispo
por muitos anos e quando cheguei ao céu não tive uma recepção calorosa.
Saulo então falou:
- Bispo! Mantenha a
disciplina.
- Ora! Ora! Vais querer
impor tua disciplina militar aqui no céu? – Perguntou o bispo.
Nesse momento Santo Inácio
interveio:
- Cala-te, Bispo! Não tens
muita moral para reclamar, afinal eu tive que usar de toda a minha influência
para que tu fosses aceito no Céu, e ainda tive que fazer uns depósitos em
contas nas Ilhas Jersey e na Suíça, em nome de Lúcifer, para que ele te liberasse do
inferno.
- O que é isso Santo Inácio?
– Disse o Bispo – A minha vida é um livro aberto.
- Sim, sabemos – Disse Santo
Inácio – Mas ainda não abrimos um processo na Comissão de Ética para investigar
tuas relações com um membro da Guarda do Vaticano.
- Ai, São Naná deixe de ser tolinho
– Respondeu o Bispo.
Santo Inácio não gostou da
maneira que o Bispo falara, mas deu-lhe as costas e juntou-se a Saulo.
Nesse momento Deus, todo poderoso, falou a
todos:
- Que a festa inicie, e se
prolongue por sete dias e sete noites, pois estamos recebendo um Senador da
República do Brasil.
São Thomé, em sua eterna
dúvida perguntou:
- Senhor!
- Um politico?
- E logo do Brasil, com tantas pessoas boas, serenas, puras, honestas, dignas, éticas, probas, ilibadas que aqui estão e nunca receberam tal honraria, porque esse Senador?
- Um politico?
- E logo do Brasil, com tantas pessoas boas, serenas, puras, honestas, dignas, éticas, probas, ilibadas que aqui estão e nunca receberam tal honraria, porque esse Senador?
O inefável Camarada Jeová, Secretário Geral do Politburo Celestial em sua grandiosidade
respondeu:
- Sim, meu filho Thomé. Ele
está recebendo esta Festa Memorável, pois foi o único que conseguiu passar por
aquele antro sem perder as boas qualidades e por isto merece o nosso
reconhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário