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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Latim



Ano – 1960

Local – Ginásio Estadual Vasconcelos Jardim.

Diretor do Ginásio: Karel Ortz

Professor de Latim: Karel Ortz.

Professor de Francês: Karel Ortz

Cidade – General Câmara – RS.

Feliz e contente comecei nesse ano a cursar o Ginásio, numa incrível façanha que muitos ficaram boquiabertos.

Ano anterior havia cursado a 5ª série, já que por motivo de data de nascimento minha entrada na escola atrasou um ano, e dois anos foram perdidos devido, um neste, mesmo ano por conta de uma malévola Irmã que odiava a todos e a mim também, mas que no ano seguinte eu fui pivô de uma ação que fez cair esse ser demoníaco que atendia pelo nome de irmã Conceição, e que se houvesse inferno lá estaria ela pagando as judiarias que fazia com seus alunos, as verdadeiras surras que dava nas pobres crianças, e ao meter-se comigo teve os dedos amassados na porta da sala de aula.

Ôrre tasca!

Não contente a denunciei para minha mãe que foi à escola e fez com que a madre superiora mandasse essa irmã doente e carente de um macho bem dotado para os quintos.


Sumiu a megera e eu fui ungido pelos coleguinhas como o grande herói. O cavaleiro fracote e esquelético, mas corajoso e destemido, que ao ver a doida correndo para me dar umas reguadas, corri e saí porta a fora, porém ao sair lembrei que esta porta não havia maçaneta pela parte de dentro, voltei e segurei com as duas mãozinhas a maçaneta externa e quando a irmã Conceição meteu a mão para segurar a porta entreaberta, quase fechada, com força e raiva puxei a porta com violência, amassando os dedos da maleva, que gemeu de dor, deixando-a com duas unhas roxas.



Como um azougue corri, pulei o muro do colégio que dava acesso à casa de meu padrinho Frederico Schwanz e ali, juntamente com minha madrinha Ernestina fiquei até que os ânimos no colégio São Pedro, lá no Fragata em Pelotas se acalmassem, quando então fui para casa.

O segundo ano perdido foi num 4 º ano, por vagabundagem e irresponsabilidade de menino que já começava a olhar as gurias de modo diferente.

Porém minha façanha ao entrar para o ginásio foi a de ter sido reprovado vergonhosamente no 5º ano primário, com quase todas as notas vermelhas, pois não queria nada com nada, a não ser ficar contemplando as belas meninas de minha sala de aula, Leila, Luísa, Maria Helena, Cecília, Iara, Regina, e todas as outras, menos minha irmã menor que estava pela segunda vez em minha sala de aula e não largava o meu pé.


Entretanto para entrar no Ginásio fazia-se necessidade de prestar um verdadeiro vestibular, difícil e complicado exame, chamado de Admissão ao Ginásio, que eliminava 70% dos candidatos, porém, para surpresa de todos, inclusive a de meus pais, mesmo tendo sido reprovado no 5º ano, fui, “euzinho”, classificado em um dos primeiros lugares.

- Ôrre tasca!

E digo mais:

- Ôrre tasca!

E já na primeira série ginasial comecei a estudar francês e latim, além de português, história, geografia, canto orfeônico, artes, matemática e ciências.

E ir para o Ginásio resultava em usar um uniforme bonito barbariodade.


Um uniforme militarizado, cheio de detalhes que a gurizada se achava verdadeiros generais. Já as doces e lindas meninas usavam sapatinhos baixos pretos, meias brancas até o joelhos, saia plissada azul marinho, camisa branca, tope azul juto a gola da camisa, blusão e casaco azul.

Lindíssimas!

Principalmente porque foi nessa época que as meninas mais moderninhas começaram a mostrar os joelhos.

Loucura, loucura, loucura!



E ninguém reclamava por usar uniforme, e não era distribuído graciosamente como se faz hoje em dia e esse piazedo nojento reclama e não usa.

Uns bobalhões que muitas vezes vão para o colégio por que lá tem comida e não querem usar o uniforme.

Hoje, com a entrada de senegaleses e principalmente haitianos no país, tenho com quem quando em vez exercitar meu já precário francês, entretanto o latim é coisa de cientista que ao dar um nome científico a um animal ou planta o fazem nesta língua morta a quase dois mil anos ou em grego, como no caso deste maléfico mosquito da dengue, o tal de Aedes Aegypti, que para complicar ainda mais tem nome grego e sobrenome latino.


Aēdēs  ægypti, que que dizer Odioso do Egito.
No latim Æ ou æ, uma letra inexistente no português, pois trata-se de um “A” geminado com a letra “E”, tem a pronúncia  E, como no caso de 
Cæsar, César e não Caésar, muito menos Caézar.

Canidæ, “canide” e não canidae como muitos espertos dizem e que quer dizer canino, da família dos caninos (cachorro, lobo, coiote, chacal, mabeco e raposa, entre outros), já que cachorro em latim é canis ou Canis Lupus Familiaris e o lobo é lupus ou Canis Lupus).

Já se fores procurar para ver se está correta a tradução no Google Tradutor, vais dar com a cara na parede, pois é de dar pena. Os erros de tradução são enormes, como o de traduzir cão para o latim como sendo dog, entre outros milhares de erros grotescos.

Não dá para confiar no Google Tradutor.

Haja paciência.

Outrossim levando-se em conta que devemos manter a raiz latina vamos verificar que a grafia Cézar está incorreta, pois em latim se escrevia com “S”. Portanto o correto é César.

Mas como neste país ninguém dá bola para o certo e o errado vamos encontrar uma porção de atrocidades com a língua portuguesa como mortandela, mussarela, Luiz, Luiza, kilo, kilômetro, provalecido, mero (peixe), e tantas outras babaquices, pois o correto é: mortadela, muçarela, Luís, Luisa, quilo, quilômetro, prevalecido, e o peixe é MELRO cuja pronuncia é “Mel-rro”, já que o “r” não está entre vogais.

Putz grila.

Muçarela é correto, pois diz a regrinha da língua portuguesa do Brasil que os dois ZZ, do italiano passam para o português como Ç, e não SS.
Muzzarela muda para Muçarela. Não aconselho ninguém a escrever como deveria ser a palavra Pizza.

Assim como o nome do povo Massai, que vem de uma das línguas africanas, chamadas de línguas bunda deve ser escrito Maçai, pois a regra assim diz: Eu mesmo já escrevi várias vezes errado, pois o certo parece estar errado.

Socorra-me dicionário.

bunda1
adj m+f 1 Designativo de uma língua falada pelos pretos de Angola. 2 Diz-se de qualquer linguagem corrupta e dissonante. 3 gír Reles, sem valor. sf Língua do grupo banto de Angola e costas vizinhas, Congo e Benguela. Sin: quimbundo.

Também assim devemos escrever em palavras indígenas do Brasil como Canguçu, Bataguaçu, Iguaçu e não como vemos em algumas placas onde essas palavras são escritas com SS.

O que eu não entendo é que se escreve jibóia, jirau, pajé tudo com “j” conforme manda a regra, entretanto a cidade chama-se Bagé, com “G”. Lembrando que a origem do nome desta cidade está ligada a um nome indígena e foi escrito da maneira castelhana de escrever Bayé, portanto mais ainda deveria ser “J”, já que a pronuncia do “Y” em castelhano é “Jota”. Yamaha eles  pronunciam Jamarra.

Dorma-se com um barulho deste.

Curiosidade: Sabão em espanhol, do Uruguai e Argentina jabón se pronuncia RRabón, já a palavra Rabão, aumentativo de rabo se pronuncia com R de arado “rABÓN”.

O mesmo caso aplica-se a Ramão e Presunto.


Se tu chamares um castelhano de RRamón, (Ramón) tu estarás chamando-o de presunto, já que o nome próprio Ramón se pronuncia com o mesmo “R” de arado, ou seja “rAMÓN” e presunto cuja escrita é jamón, se pronuncia RRamón.



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