Se a mim fizessem a pergunta
se eu gosto do Expressionismo, imediatamente viria a minha mente a resposta
não, um não não consistente, pois repensando a arte nos seus meandros estéticos não podemos ver apenas as nossas emoções e sim o que o íntimo do artista nos presenteia, pois há obras expressionistas que nos remetem ao mundo interior fascinante e a
pensar e pensar muito profundamente, o que faz com que acabemos nos
identificando com ela.
Em minhas pinceladas ou
dibujos feitos a lápis, muitas vezes passeei por este mundo aonde o sentimento
vem com força deixando de lado a própria razão.
O artista usando de sua sensibilidade
não descreve situações, mas expressa emoções permitindo que elas sejam
manuseadas além das convenções estéticas aceitas para tais finalidades.
Max Ernst, grande, representante
do expressionismo que, por ser judeu fugiu da Alemanha Nazista, sua terra natal
e foi primeiramente para os EUA e depois para França aonde faleceu em 1976, ano em que nasceu minha filha Monica, nos
brinda com o que há de belo no Expressionismo e me atrevo a dizer que muito de
Surrealismo há em sua obra a Noiva do Vento.
A Noiva do Vento de Max Ernst
não deve ser confundida com a Noiva do Vento do húngaro Oskar Kokoschka, A
Tempestade, também lindíssima obra, onde as cores até confusas nos parecem nuvens açoitadas pelo vento, onde o casal, em seu abraço sonolento e figura central é realmente associado a tempestade. Tempestade de amor, carinho, volúpia e sexo.
Para maior efeito sobre o espectador, os mestres das tintas provocam nele um misto de emoções fortes e até
repulsa, onde a morte, a angústia, o sofrimento e a tortura são o enfoque quase
que principal.
Muitas vezes viajando pelo
mundo das artes me deparei com situações quase que inéditas, pois o
Expressionismo não é um movimento recente, como muitos que tiveram seu berço
nos Séculos XIX e XX, pois se formos a fundo, vamos encontrar muitas obras como
os murais bizantinos do século XIII, Igreja de São Zan Degolà em Veneza podemos
afirmar ser desta escola pictórica, assim como na Capela da Arena de Pádua,
onde Giotto representou a paixão de Cristo, ou no autorretrato de Rembrandt,
gravuras de Dante, Goya e Delacroix dentro deste conceito.
Esse movimento vai chegar ao
Século XX, percorrendo quatro séculos onde as cores estáticas e as distorções
das formas reduzem a dependência da objetiva realidade.
O expressionismo poderia ser
descrito como uma arte primitiva e irracional,
nada tendo com a sensibilidade culta e com as tradições.
Pessoalmente passei com o
tempo a ver e sentir o expressionismo por outro viés que transforma em
realidade as distorções explicitas, tornando-se em arte pura e popular sem
aquela necessidade de mostrar o óbvio, mas deixar que o pensamento de quem contempla flua viajando por suas formas.
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