Tenho em alguma de minhas
caixas de porcarias um cartão de um médico que me foi dado pelo próprio
“doutor” em uma situação que prova que os médicos brasileiros são tão bons ou
melhores que os estrangeiros, mas há também muita porcaria nesse meio, como
esse doutorzinho que me deu esse cartão na situação que passo a relatar.
Dianópolis - TO.
Corria os anos 80, e havia
sido convidado para conhecer uma fazenda de um tio de minha mulher que na época
era em Goiás, hoje Tocantins, nas cercanias da cidade de Dianópolis, e lá havia
passado uns dias. Era uma pequena fazendinha, que aqui no Rio Grande é chamada de
Estância, com 24 mil hectares. É isto mesmo, 24 mil.
Com a possibilidade de
viajar novamente para essa Região, e preocupado com meu filho menor de nome Fábio que na época
estava com 6 ou 7 anos, resolvi num sábado levá-lo ao médico, pois o menino
estava muito ruim da garganta e com a febre oscilando.
Praça do Avião - Canoas - RS.
Ao chegar ao posto médico do
Avião, no centro de Canoas, entrei e deparei-me com a conduta "correta",
“honesta” e “altamente profissional” desse médico que atendia uma fila enorme
de pessoas, parado, em pé junto a porta do consultório, distribuindo
adoidadamente receitas sem examinar, auscultar, apalpar, tocar, ou alhar para
os infelizes que ali buscavam atendimento.
Talvez tenha feito a
faculdade a distância, pois não se aproximava dos pacientes, que não sabendo de
seus direitos e dos procedimentos aceitavam aquele tipo de consulta.
A fila andou até que um
casal de anciãos que estava a minha frente foi atendido pelo “magnífico
profissional” que hoje deve fazer coro contra os médicos estrangeiros.
O relapso apenas ouviu o que
a senhora de mais de setenta anos lhe disse, sobre dores que sentia nas costas
e ele sem ao menos usar o seu “statuscópio”, digo estetoscópio passou-lhe uma
receita com pouco caso e arrogante.
Maravilhoso. Adivinho. Druida.
E lá se foi o pobre casal.
Era então a minha vez e o
asco já transbordava os canecos de minha paciência.
Peguei meu filhote pela mão
e adentrei resoluto ao consultório, sob o olhar pasmo do DOUTOR.
Ele veio atrás meio
resmungando quando virei-me após sentar meu filho em uma cadeira e disse-lhe em
tom alto e claro.
- Estou me mudando para
Goiás tomar conta de uma fazenda da família e trouxe meu filho para ser
medicado, pois viajará também para uma região meio inóspita.
De soco o doutorzinho parou
me olhou de cima a baixo e perguntou:
- Onde o Senhor tem essa
fazenda?
Eu lhe respondi que era em
Dianópolis e para lá estaria me transferindo com a família.
O DOUTOR convidou-me para
sentar e após sentou-se a sua mesa e mil perguntas fez sobre tal fazenda, as
quais respondia com propriedade, pois havia há poucos dias de lá chegado.
Então a situação mudou da
água para o vinho e o Doutorzinho de meia pataca examinou, revirou, apalpou,
auscultou, remexeu, virou, desvirou o meu filho não deixando de fazer um exame
minucioso no piá.
Após mais de meia hora
examinando o mandinho me disse que o guri estava com uma inflamação na garganta
devido a uma forte gripe e etc. e tal. Passando uma receita cheia de
prescrições e recomendações.
Ou seja, quem disse que
dinheiro não faz diferença, mesmo que seja de outros.
Relapso. Vendido.
E tem no meio médico esse
tipo nojento que no mínimo anda dizendo que os médicos estrangeiros não têm
capacidade de atuar no Brasil.
Será?
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