Na mão o símbolo da maldade que matou e escravizou povos inteiros.
E chegaram em 1492 os
cristãos às Américas trazendo a Boa Nova.
A Boa Nova era a espada que
decapitava, sangrava e feria.
A Boa Nova era roubar terras
e ouro dos nativos.
A Boa Nova era impor uma
religião mentirosa e perversa.
A boa Nova era destruir um
mundo de harmonia entre os homens e a natureza.
A Boa Nova era matar
recém-nascidos, anciãos, homens e mulheres.
A Boa Nova era levar o que podiam
roubar para construir igrejas na Europa, cobertas de ouro, pedras preciosas e
madeiras roubadas dos índios.
Essa era a Boa Nova, que em
uma mão carregava um livro falso, mentirosos, que verte maldades e sangue de
suas sujas páginas e na outro o arcabuz, dizimando, matando, castrando,
mutilando homens e mulheres, num festival inenarrável de maldades.
Os que se disseram filhos de deus, por maldade e ganância
mataram com perversidade milhões de menininhas como
esta, seus pais, avós e irmãos.
mataram com perversidade milhões de menininhas como
esta, seus pais, avós e irmãos.
Milhões foram barbaramente assassinados, escravizados por aqueles que diziam trazer a Boa Nova, que de tão velha e ultrapassada já deveria ter morrido, fétida e amaldiçoada.
Mas continuam alguns a falar
em Boa Nova e esquecem ou não sabem que essa Boa Nova só trouxe ódio, guerras e
mortes. Só trouxe ignorância, maldades, perversões e genocídios.
Boa Nova maldita, que em seu
seio prolifera a pedofilia, a mentira, o enriquecimento voraz de alguns
vivaldinos, a maldade ladina, a mentira velada e a chantagem obscura.
Boa Nova que ilude os atormentados e os torna robôs, sem cérebros ou inteligência.
Boa Nova que ilude os atormentados e os torna robôs, sem cérebros ou inteligência.
Boa Nova que quer e domina
as mentes dos que ainda acreditam em bonequinho de barro e descartam todos os
avanços científico dos últimos cem anos, mas se diz Nova após dois mil anos de
maldades, superstições e desmandos.
Na verdade não passa de uma
anciã velha e senil, cujo seu Alzheimer fez esquecer tantas atrocidades.
Hijos
del Sol.
Glorificamos nosso
honroso passado:
Quando a Terra era a
mãe que nos alimentava, quando o céu noturno era nosso teto comum, quando o Sol
e a Lua eram nossos pais, quando todos eram irmãos e irmãs, quando nossas
grandes civilizações cresciam sob o Sol, quando nossos chefes e anciãos eram
grandes líderes, quando a justiça ditava as regras da lei e sua execução.
Então, os outros povos
chegaram:
Sedentos de sangue e
ouro, sedentos de terra e de toda sua riqueza, carregando a cruz e a espada,
uma em cada mão, sem saber ou esperar para aprender os caminhos dos nossos
mundos consideraram-nos como sendo menos que animais, roubaram nossas terras e
delas nos arrancaram e tonaram escravos os Filhos do Sol.
No entanto, nunca foram
capazes de nos eliminar nem de apagar nossas memórias, aquilo que fomos, porque
somos a cultura da Terra e do Céu.
Somos da antiga linhagem
e somos milhões e embora todo nosso universo possa ter sido dizimado, nosso
povo ainda está vivo e presente. E depois de séculos de opressão, evocando a
grandeza de nossos ancestrais em memória de nossos mártires indígenas e em
homenagem ao conselho de nossos sábios anciãos, estamos nos levantando para
retomar o controle de nosso próprio destino e recuperar nossa completa
identidade étnica e cultural, nossa completa dignidade humana e o orgulho de
sermos povos indígenas.
Janan Pacha - Tierra Norte.
Preocupo-me ao ver que em pleno Século XXI, latifundiários canalhas, gananciosos e
imediatistas na Amazônia mandando seus jagunços eliminarem fisicamente milhares
de índios porque ainda querem roubar o que sobrou de suas terras e
pretensiosamente se dizem filhos de deus.
Que
deus?
Que
deus é esse que em sua Boa Nova trouxe o extermínio de nações indígenas
inteiras, trouxe doenças e maldades do extremo Sul ao extremo Norte do chamado
Novo Mundo.