Semana passada ao
sair de um edifício no centro de Canoas, conversei com o segurança deste
prédio, que devido a sua baixa escolaridade e em visíveis devaneios defendia a
idéia da raça pura.
Como professor tentei
mostrar ao pobre rapaz que sendo ele um típico mestiço, com todas as características
pré-colombianas, jamais seria aceito como ariano, ao contrário seria um dos
eliminados, pois não traz em seu DNA qualquer tipo aceito pelos defensores da
eugenia alemã.
É até difícil
entender como jovens de diversas camadas sociais como intelectuais deixam-se
cativar pelas idéias tão estapafúrdias, racistas e belicosas do nazismo e têm
em Hitler um referencial.
O mais intrigante é
que a maioria é composta de mestiços que trazem estampado em suas características
raciais sinais inequívocos desta mestiçagem, tanto com índios, negros e outras
raças que nada tem a ver com os conceitos errados de pureza racial, base
fundamental da ideologia nazista.
Precisam entender
esses equivocados que só seriam aceitos como pertencentes a tal raça os que
provassem ter todos os quatro avós de sangue alemão.
Portanto a maioria
desses jovens, cativados por esses ideais seriam os primeiros a serem
eliminados não só social como fisicamente pelo modelo estabelecido pelos
desequilibrados nazistas como Adolf Hitler e seu séquito de maquiavélicos
seguidores imbecilizados pelo racismo.
O próprio Hitler
também não poderia pertencer a essa quadrilha de idiotas, pois ele só
comprovava ser descendente de três avós alemães, já que um seu avô, pai de sua
mãe jamais foi provado quem era, e que possivelmente, segundo alguns
pesquisadores seria judeu.
Esses equivocados que
ficam extasiados como as idéias de raça pura, deveriam saber que todas as raças
existentes na face da Terra são originárias de uma primitiva raça negra surgida
na África há mais de duzentos mil anos.
Portanto qualquer
forma de racismo além de ser deplorável é prova de total ingenuidade ou
refinada ignorância.
Francis Galton, 1883,
defensor da eugenia afirmava que o controle social poderia melhorar ou
empobrecer as qualidades raciais, assim como Joseph Arthur de Gobineau,
falecido em 1882, que foi um dos maiores teóricos do racismo, que chegou a
aconselhar Dom Pedro II do Brasil a proceder com um processo de melhoramento
racial, afirmava que: “Se, em vez de se reproduzirem entre si, a população
brasileira em condições de subdividir ainda mais os elementos daninhos de sua
atual constituição étnica, fortalecendo-se através de alianças de mais valor com
as raças européias, o movimento de destruição observado em suas fileiras se
encerraria, dando lugar a uma ação contrária”.
Em outras palavras,
para os teóricos racistas só os europeus teriam condições de melhorar a
humanidade, ter ética, valor, honra e amor.
E aí aparece um monte
de tupiniquins, que aceitam essas idéias idiotas que levaram o mundo a maior catástrofe
que foi o holocausto, não somente judeu, onde aproximadamente 60 milhões de
seres humanos foram mortos por cauda desta idéia macabra idealizadas por
incrível que pareça por cristãos alemães.
E aqui no meu Brasil
multirracial muitos desses mestiços infelizmente se julgam inferiores.