Francisco Ribeiro da Silva –
Doutor Chico.
Doutor Chico Louco, assim
ele mesmo se apresentava.
Doutor Chico foi um médico
que fez história na cidade de Pelotas, um excelente profissional, humano e
folclórico, que hoje empresta o seu nome a uma das ruas da Princesa do Sul.
Professor Universitário, um médico como poucos, um gênio como pouquíssimos, um ser humano único.
Certa vez em 1969, fui até
seu consultório, pois vinha há meses em crises devido a cálculos renais.
Estava na sala de espera
sozinho enquanto Doutor Chico atendia com a porta do consultório fechada. Era
em uma antiga casa cujo acesso era franco, pois nem secretária havia.
De repente a porta se abriu
e dela um velho casal de negros, mas bem negros saiu. Logo após chegou à porta
o carismático Doutor Chico, momento em que o senhor, já de cabelos brancos,
virou-se com a carteira de dinheiro na mão e perguntou ao Doutor quanto ficara
a consulta.
Rapidamente Doutor Chico
tirou a carteira da mão do cidadão e abriu-a e examinou o seu conteúdo.
Devolveu a carteira e disse
ao velho senhor:
- Tá mal o negócio!
O homem sem jeito ficou
observando o Médico, enquanto Doutor Chico enfiava a mão no bolso de sua calça
marrom claro e desse tirou um maço de notas.
Pegou uma nota de dez
cruzeiros (cruzeiros novos) e disse ao velho senhor:
- Ponha isto aí na tua
carteira e vá comprar lá no Mercado uma ou duas belas galinhas para fazer uma
canja das boas para tua velha. Ela precisa ser bem alimentada. Não precisa de
remédios.
O homem embasbacado não
sabia o que fazer, mas Doutor Chico tomou-lhe novamente a carteira de suas mãos e nela enfiou aquela nota, bateu-lhe no ombro dando ao casal um até logo, alegre e sorridente.
Foi-se o casal e aí fui
então atendido.
Ao entrar em seu consultório
fiquei observando tudo. Pelo chão havia uma montanha de caixas de remédios
jogadas em um canto, amostra grátis que ele distribuía para os pacientes, além
de espingardas, revólveres, facas e outras tralhas, tudo jogado e empoeirado.
Sua mesa era uma balbúrdia.
De armas velhas a caixas de remédios, revistas e jornais. Uma bagunça total.
Transitava por cima daquilo
tudo sem em nada esbarrar com os seus sapatinhos 44 ou 45.
Dentre aquelas centenas de
caixas de remédios ele tirou uma e me disse, enquanto que com a ponta do pé juntava algumas caixas que haviam se apartado da montanha no canto do consultório:
- Tome isto aqui que vai te
aliviar as dores até tu expelires essas pedras. Elas sairão naturalmente.
Paguei-lhe a consulta que
era também dez cruzeiros.
Deu-me um abraço, perguntou
pelos meus pais com quem se dava há muitos anos e eu fui folheirito e por um
bom tempo não tive mais as crises renais.
Muitas histórias contavam
desse Médico fascinante, como não se faz mais.
Certa vez, contavam que ele
ia pela Rua 15 de Novembro, no centro da cidade, com um forte torcicolo que não
lhe permitia mexer a cabeça.
Alguém que passava pela
outra calçada disse:
- Bom dia, Doutor Chico.
Instintivamente virou a
cabeça para cumprimentar a pessoa que rapidamente havia passado e seu pescoço
travou em violenta dor.
Paralisado ficou e aos
poucos se aproximou de um poste de iluminação pública, nesse se agarrando.
Lá pelas tanta vinha um
senhor pela mesma calçada e ele chamou o cidadão sem poder levantar a cabeça de
tanta dor no pescoço.
Quando o cidadão, que não o
conhecia, meio desconfiado se aproximou, ele disse ao homem para segurar firme
sua cabeça, puxar para cima com força e torcer rapidamente para os dois lados.
O cidadão sem entender não
se atreveu a fazer, aí Doutor Chico, que continuava agarrado ao poste, foi
impositivo.
- Ou tu fazes o que te peço
ou te meto uma bala.
O homem apavorado fez
conforme ele mandara.
Ai! Alívio.
Agradeceu ao homem,
identificou-se como Doutor Chico Louco, conversou um pouco e foi-se rua afora.
Só que agora aliviado da dor.
O cidadão foi-se em sentido
contrário mais apavorado ainda, mas feliz por ter conhecido e ajudado o DOUTOR CHICO LOUCO.
Grande Doutor Chico.
Sábio Doutor.
Humano e fraterno.
Pessoas assim não deviam
morrer, pois com tanta droga de gente por aí, por que logo o Doutor Chico Louco
teve que falecer.
Uma celebridade,pela importância!
ResponderExcluirAlá Lô.
ResponderExcluirPrivilégio imenso em tê-la visitando meu blogue.
Realmente, doutor Chico foi uma verdadeira e pura celebridade, não só pelo folclorismo que deixou impregnado na história de Pelotas, como pela sua importância como Professor, Médico e Cidadão.
Uma pessoa ímpar.
Respeitosamente.
Prof. Pedro.
Tive a oportunidade de trabalhar com o Dr.Fábio, filho do Dr.Chico, o mesmo jeitão do pai! Realmente pessoas assim não deveriam morrer! Juliana Azevedo
ResponderExcluirOlá caríssima Juliana Azevedo.
ResponderExcluirNão conheci o Dr. Fábio, mas conheci bem o seu pai, o exemplar Dr. Chico. A última vez que o encontrei foi na Farmácia Kautz, momento em que ele conheceu minha esposa e com nós por um bom tempo conversou. Grande cidadão, exemplo de profissional, um homem que ficará para sempre na história de Pelotas.
Obrigado pela visita a meu blog.
Com respeito e carinho.
Prof. Pedro.
Louco somos nós que não chegamos nem perto do ser humano excepcional que ele foi, que não chegamos nem perto da alegria de viver que compartilhava, e além de tudo, ele foi um excelente médico.
ResponderExcluirOlá Franco.
ExcluirDigo apenas Franco pois este é o nome de meu filho mais velho.
Caríssimo concordo plenamente com a tua colocação. Loucos somo nós, que não tivemos o privilégio de ser um pouquinho parecidos com o Doutor Chico. Um exemplo de cidadão e mais do que excelente médico. Um médico sem igual, verdadeiro, competente, sincero, honesto e de uma inteligência sem igual, a tal ponto de se dizer louco por estar na verdade cercado de loucos que não entendiam o seu mundo puro, límpido, alegre e com certeza feliz.
Curvo-me sempre diante a estatura moral deste médico ímpar. Deste exemplo de cidadão.
Privilégio imenso em tê-lo em meu blogue.
Respeitosamente,
Prof. Pedro.
Não sei quantos afilhados ele teve, deve ter tido muitos e eu também tive o previlégio de te-lo como PADRINHO, meu nome é Mario Eduardo Panyagua, sou filho do Capitão Ulpiano Panyagua, que também deixou seu nome gravado na Histótia do R.G.S e de Leonor Rohnelt Panyagua. O padrinho e meus pais eram amigos, daí a razão da escolha, para que junto do meu irmão Jorge Panyagua, assumise tal responsabilidade que foi cumprida ao pé da letra. O padrinho Chico, foi um grande exemplo a ser seguido independente de ter sido aquele Dindo presente, querido e amigo e eu FELIZ POR TE-LO EM MEU CONVIVIO E HOJE PERMANECENDO EM MINHAS RECORDAÇÕES.
ResponderExcluirNão sei quantos afilhados ele teve, deve ter tido muitos e eu também tive o previlégio de te-lo como PADRINHO, meu nome é Mario Eduardo Panyagua, sou filho do Capitão Ulpiano Panyagua, que também deixou seu nome gravado na Histótia do R.G.S e de Leonor Rohnelt Panyagua. O padrinho e meus pais eram amigos, daí a razão da escolha, para que junto do meu irmão Jorge Panyagua, assumise tal responsabilidade que foi cumprida ao pé da letra. O padrinho Chico, foi um grande exemplo a ser seguido independente de ter sido aquele Dindo presente, querido e amigo e eu FELIZ POR TE-LO EM MEU CONVIVIO E HOJE PERMANECENDO EM MINHAS RECORDAÇÕES.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Mário Pany
ResponderExcluir.
Obrigado por estar em meu blogue, sinto-me honrado,
Não vou dizer que sinto ciumes por não ter o Doutor Chico como padrinho, pois tive também um exemplar padrinho, o Capitão Frederico Schwanz, mas me sentiria honradíssimo se fosse dele afilhado. Um homem como poucos, que sempre quando nos encontrávamos não faltava aquele abraço sincero e amigo. Sempre falo para meus filhos do caráter sem igual deste cidadão pelotense e a eles cito como exemplo de dedicação e honradez.
Se todos fossem como ele o mundo seria bem diferente. Onde viver não seria uma aventura tão perigosa e sim um mundo de paz, harmonia e alegria.
Com elevado respeito.
Prof. Pedro.
Removi o meu comentário acima por ter encontrado após sua publicação três pequenos erros de digitação.
Conheci o Dr. Chico pois era colega de meu pai Miguel e eu colega no Assis Brasil da sua filha Denise.
ResponderExcluirLembro de um poster que ele tinha no corredor de entrada da sua casa, que era uma foto do sua igual à do blog porém com os olhos fechados. Ele colocara o poster com a foto na horizontal e dizia que estava dormindo.
Seu Jeep era algo folclórico com escapamento aberto, se sabia de longe quando ele estava chegando.
Boas e velhas lembranças.
Parabéns pela homenagem!
Fernando
Olá caríssimo Fernando.
ResponderExcluirAlegre e honrado com sua visita fiquei.
Assim como com o seu comentário que me fez lembrar do espetacular Jeep.
Algumas palavras nos deixam emocionados, e eu fiquei muitíssimo emocionado, ao ler, entender o carinho que as pessoas nutriam por este extraordinário médico e acho que homenagear o Doutor Chico é o mínimo que um cidadão pode fazer. Realmente tratava-se de uma pessoa de elevada moral, carismático, folclórico e acima de tudo, parte da história de nossa cidade.
Quanto ao Jeep, "era algo". Certa manhã, perto do meio-dia estava no café Aquário, e o Doutor Chico ao passar com seu "espetacular" Jeep, viu alguém conhecido na esquina e parou sua "viatura" no meio da estreita Rua 15, quase entre o cruzamento com a Rua 7, e desceu e foi conversar com essa pessoa. Três ou quatro carros pararam atrás do Jepp e não tinham como passar, e ele "tranquilito" falou com a pessoa, depois de algum tempo voltou para o seu Jeep gesticulou em gracejou com as pessoas dos carros que estavam embretados, entrou rindo e se foi feliz da vida com seu potente motor roncando.
Na esquina todos ficaram rindo e mesmo os motoristas dos carros embretados ao ver que era o Doutor Chico levaram na esportiva e nada disseram.
Todos o respeitavam por ter um coração puro, grande e sempre jovial.
Respeitosamente agradeço sua visita.
Prof. Pedro
Adorei a homenagem ao Dr. Chico, tenho lembranças muito boas sobre ele. Foi médico de minha família por muitas gerações. Quando eu já estava no final da adolescência fui a uma consulta e ele, percebendo que eu havia ganho muitos quilos nessa fase da vida e, conhecendo a história da família paterna lascou: pois então tu, em vez de puxar a fina e elegante da tua mãe, foi sair ao curto e grosso do teu pai. ..enquanto questionava e aconselhava meus hábitos alimentares e de exercícios físicos e me fez prometer que eu sempre seria ativa fisicamente. Sempre muito direto sem deixar de ser atencioso e carinhoso, ao saber que eu estava iniciando a faculdade de medicina, brindou- me com uma fórmula que costumava receitar para tratamento adjuvante ao antibiótico em casos de amigdalite bacteriana. Grande admiração e carinho sempre sinto ao lembrar dele! Abraços, Valeria Barbosa
ResponderExcluirOlá Valéria Barbosa.
ResponderExcluirValéria de "Valere", que significa aquele que é saudável e cheio de saúde.
Barbosa, minha avó materna era Barbosa, Camila Barbosa, a vovó Mimosa lá do Capão do Leão.
Muito feliz fiquei com tuas palavras e honrado em tê-la visitando meu cantinho, que ficará sempre a tua disposição.
Tudo que possa ser escrito a respeito deste fascinante médico será pouco diante da grandeza de caráter e profissionalismo, aliado a um coração bom, digno, alegre e divertido. Certa vez ele também foi incisivo comigo, mas sua forma muitas vezes direta de dizer as coisa, por partir dele, eram aceitas de pronto sem nenhum ressentimento. Grande homem, grande cidadão, inigualável médico.
E ao passar às tuas mãos essa fórmula, certamente estava te passando um pouquinho de sua grandeza de verdadeiro profissional, estava passando as tuas mãos um pouco do amor infinito de um paizão de todos os filhos, aquele pai amoroso ou do amigo dedicado. Um amigo que não se esquece, um amigo que guardamos para sempre em nossas lembranças e em nosso coração.
Com respeito e carinho deixo aqui um grande abraço e espero que essa médica tenha sido inoculada com o vírus da "paixão pela medicina" que Doutor Chico sempre carregou em seu sangue.
Prof. Pedro
Conheci o Dr. Chico e consultei com ele, realmente era uma figura muito querida por muita gente, principalmente pelos estudantes da UFPEL, eu trabalhei na gráfica da Ufpel e todos os convites de formaturas, o Dr.Chico era homenagiado, por que atendia os alunos sem cobrar consulta.Ouvi muitas histórias engraçadas dele, só não contarei para não me alongar muito, mas parabenizo o Prof. Pedro pela iniciativa de homenagiar o Dr. Chico Louco.
ResponderExcluirOlá Flávio Quadro.
ExcluirQue privilégio ter em meu blogue alguém que conheceu essa maravilhosa pessoa chamada Francisco. Fico imensamente feliz em saber que ainda existem pessoas que respeitam esse exemplo de ser humano, e acho que todas as homenagens que podemos fazer a ele serão poucas se comparadas com a sua grandeza de caráteres, retidão, honestidade e porque não dizer de folclorismo.
Entendo que podemos homenageá-lo com tudo o que puder dele ser contado, para que não caia no esquecimento, principalmente dos mais jovens, lembrando que somos um país desmemoriado. Por isso ponho meu blogue a tua disposição para contar o que dele saibas, obviamente com os créditos da publicação ao prezado leitor. Fica aberto e a tua disposição.
Agradeço a visita e desejo uma belíssima semana.
Att.
Prof. Pedro.
Esse post é um sucesso professor, postei uma foto dele tempo atrás e tb foi um grande sucesso nos comentários que resolvi juntar as história que contaram lá e vou postar lá no meu blog um dia desses, inclusive com sua história e depois vou agregar mais causas ao tomar conhecimento. Li que ele não gostava de que chamassem-o de Xico louco, será verdade? Sei que existe um livro sobre ele mas infelizmente não chegou até mim. Não constumo postar comentários mas tô sempre "ligadito por cá". Abraço
ResponderExcluirOlá Dom Fábio Zündler.
ResponderExcluirFico honrado em ter seu comentário em meu blogue.
Conheci bem o Doutor Francisco Ribeiro da Silva e lembro-me a última vez que com Ele falei. Foi a noite na Farmácia Kautz no ano de 1977, e ao apresentar minha mulher ao Doutor Chico, para surpresa dela Ele se apresentou como Chico Louco. Portanto acho que jamais ele daria bola para tal apelido, pois Ele mesmo assim se apresentava. É claro que de louco nada tinha, era um homem folclórico, alegre, cheio de vida e não como esses doutorzinhos de hoje cheios de arrogância e soberba. Sei de outras histórias dele, as quais com o tempo publicarei com todo o respeito que Ele merece assim como sua família.
Doutor Chico foi o cara!
Um homem sério, honrado e gente como a gente.
Fábio, um grande abraço e um até breve.
Tambem tive a oportunidade de conhecer esta maravilhosa pessoa Dr. Chico Louco. Perdi minha mãe aos doze anos e a partir de então fiquei bastante depressiva e adoentada. Minha tia , que era paciente do Dr. Chico resolveu me levar para uma consulta. Esta pessoa maravilhosa era de uma simplicidade muito grande, expansivo e muito querido por todos,quando adentrava a casa aonde era seu consultorio, com suas chaves na mão, logo no vidro da entrada fazia um barulho anunciando sua chegada. Eis que chega a minha vez de consultar, menina timida e deprimida, entro no consultorio com minha tia, e eis que que o Dr. pega de cima da mesa uma grande pedra e joga minha direção e diz assim : Pega ai menina!!!!Dei um salto!!!Adivinhem!!!ERA UMA PEDRA DE BORRACHA, que inteligentemente ele usou para me fazer rir!!!!Guardo com muito carinho esta pessoa tão querida em meu coração, e conto esta história sempre ao meu filho , marido e amigos, que como eu não tiveram o privilégio de conhecer este ser abençoado!!!!!
ResponderExcluirCaríssima Sra. Claudete Garcez Bergmann.
ExcluirParabéns.
Estou te parabenizando, pois ter conhecido o Doutor Chico é um grande feito, um grande e inesquecível presente. E este presente que um dia recebeste e que ficará para sempre gravado em sua memória e que fará parte de sua história, sempre deverá ficar vivo, para que as gerações futuras tenham o conhecimento de como uma pessoa pode, pela sua simplicidade e carisma, mudar o mundo.
Ele, Doutor Chico, foi uma dessas pessoas e que jamais esqueceremos. Eu vivo a falar com meus filhos sobre esse homem invejável, honesto e extremamente profissional. Um exemplo. Um exemplo difícil de encontrar hoje em dia.
Fico honrado com sua visita e seu comentário e deixo meu blogue a teu inteiro dispor. Serás sempre bem-vinda.
(Esta história da pedra eu não conhecia, mas passará a fazer parte das incríveis histórias deste exemplar médico).
Com respeito e carinho.
Prof. Pedro
Sou neta dele, filha da Denise! Realmente meu avô era fantástico! Um abraço Martha Titze da Silva Soares
ResponderExcluirSou neta dele, filha da Denise! Realmente meu avô era fantástico! Um abraço! Martha Titze da Silva Soares
ResponderExcluirOlá! Sou neta dele, filha da Denise! Além de ser humano maravilhoso foi um avô sensacional! Um abraço Martha Titze da Silva Soares
ResponderExcluirOlá caríssima Martha.
ExcluirObrigado pela visita e comentário.
Ter um amigo como o Doutor Chico foi um grande privilégio. Privilégio de ter conhecido um grande homem, imagino o que é então para uma neta deste fabuloso médico. Seu avô foi um exemplo de profissional, educado, atencioso e extremamente humano, um humanismo que fluía em seu sangue. Eu já passei dos 70 anos, mas enquanto viver ele estará presente em meus pensamentos e o citarei sempre como um VERDADEIRO MÉDICO, aquele médico que curava mais com o seu coração do que com remédios. Fico emocionado em lembrar deste homem verdadeiro, honesto e extremamente educado e gentil. Que sirva sempre de exemplo a todos os profissionais da saúde, que sirva de exemplo a todos os cidadãos.
Feliz e emocionado deixo aqui um grande abraço à toda família do velo amigo Dr. Chico.
E para você, Martha, um abraço especial, com muito carinho e respeito.
Prof. Pedro
Boa tarde, Prof. Pedro
ResponderExcluirPreciso de sua ajuda por uma boa causa, mas antes permita que me apresente.
Meu nome é Athos Minotto Brendler, sou agrônomo formado pela Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel FAEM/UFPEL, no ano de seu centenário, nos idos de 1983.
Sou natural de Bagé, onde resido em minha propriedade rural.
Também fui atendido pelo Dr. Chico uma unica vez, também vivenciei este ambiente "bucólico" do seu consultório.
Cheguei lá "travado", achando que tinha tirado uma vértebra do lugar tamanho dor que estava sentindo, mandou-me sentar na sua maca e antes de me perguntar alguma coisa, me deu um legitimo abraço de urso pelas costas, puxou meu pescoço para cima e torceu minha cabeça para ambos os lados (como pediu que fizessem com ele na rua), foi uma estralação de ossos, mas o alivio foi imediato.
Após de disse:
"Para não saíres por aí dizendo que sou charlatão por não ter te receitado nenhum remédio, leva esta amostra grátis, mas não será "necessário".
Realmente não foi, no outro estava jogando futebol.
Tinha especial atenção aos alunos da Agronomia, tanto que era homenageado por quase todas as turmas.
Dizia: "Para mim, aluno da Agronomia tem as "chaves da cadeia", não tem hora para mim".
Porque da ajuda? Para minha surpresa e ao mesmo tempo satisfação, ao "fuçar" num antiquário em Bagé, me deparo com a placa de seu consultório onde esta estampado:
"Dr
RIBEIRO da SILVA
MEDICO"
Placa esta em latão grosso, talvez confundida com bronze, não sei, quem sabe tenha sido este o motivo do roubo ou por brincadeira, jamais saberemos.
Gostaria muito de poder restituí-la a família ou alguma instituíção que abrigue suas recordações.
Busquei pela internet e achei o seu blog, falando com tanto carinho e apreço sobre o Dr. Chico Louco, daí o motivo de lhe procurar para buscar algum contato em Pelotas.
Abraço.
PS: Queria inserir uma foto dela, mas não fazer por aqui.
Caríssimo Athos.
ExcluirCheguei hoje de Pelotas onde passei cinco dias movimentados e fiquei muito honrado com sua visita e comentário que veio enriquecer meu blogue com tão concreto relato a respeito deste homem extraordinário, pelo qual sempre nutri grande afeição e carinho. Dr. Chico foi um marco na história de Pelotas e o relato que fizeste mostra bem como era esse médico, humano, capaz e a frente de seu tempo.
Logo acima de seu comentário tenho uma pista que poderíamos explorar para tentar encontrar a família desse Médico ímpar, um comentário de sua neta de nome Martha Titze da Silva Soares, filha de Denise. Pesquisei na internet e achei alguma coisa sobre ela e no Face aprece uma MARTHA TITZE, de Pelotas, porém não posso precisar se é a mesma, mas acho tratar-se da mesma pessoa devido ao nome que não é comum.
In box mandei uma mensagem a referida neta de doutor Chico, é a pista mais próxima que tenho, se for ela mesma acho que entrará em contato com o caríssimo senhor.
Honradíssimo com sua visita deixo meu blogue a sua disposição. Tenha um belo 2017, cheio de alegria e saúde.
Faço um especial pedido, se puderes mande-me a foto desta placa pelo meu E-mail - decastroteixeira@hotmail.com
Fraterno abraço.
Eu também gostaria de deixar um comentário. Sabe eu fui a primeira paciente do DR. Chico, ele se formou em novembro de 1944 e eu nasci em dezembro de 1944. Quando ele faleceu abriram um arquivo e encontraram o meu prontuário . No livro que conta a vida do Dr. eu fui homenageada com o exemplar número 1 . No livro confirma meu depoimento eu sei de muitas historias , ele nunca me cobrou consulta eu consultava pelo telefone , cuidou dos meus filhos e de toda minha família, sinto muita falta dele, um abraço.
ResponderExcluirCaríssima leitora.
ResponderExcluirFico extremamente honrado com seu comentário, histórico e que nos leva a uma reflexão maior sobre esse extraordinário médio e um ser humano incomparável. És o testemunho vivo deste homem que não só fez história, como inoculou as pessoas o carinho, respeito e o verdadeiro espírito da medicina. Sempre tive no Doutor Chico uma respeito muito grande, pois desde menino, não só ouvia falar nele como em outras oportunidades me tratou. Tens um verdadeiro tesouro histórico e humano nas mãos, tenho a certeza que o cuidarás com carinho. Amável e cordial leitora, que teus passos sejam sempre seguros em tua caminhada sobre a Terra e que a saúde, a alegria e a felicidade sejam constantes em sua vida. Com respeito e admiração agradeço tão importante comentário que enriquece este meu espaço, que continua aberto a comentários tão gentis e verdadeiros. Com respeito um abraço.
Olá professor, interessantíssimo seu Blog, assuntos dos mais variados, estou amando. Quanto ao caso do Dr. Chico, gostei demais, parece que este tipo de médico desapareceu, quando jóvem, morando em Esteio, tínhamos várias pessoas e eu um abençoado assim também. Eu era bancária no Sulbanco, então e os demais colegas não pagávamos consulta. Dr. Oseas Vieira da Cunha, falava:Vocês ganham muito mal. Eu vibro quando encontro uma pessoa humanitária, pois o narcisismo tá muito grande, solidariedade é rara.
ResponderExcluirAgora que lí que o Sr. é de Pelotas, o Hugo Vieira da Cunha da Berola da Bento é meu parente, provável que conheças. Até outra hora. Prosseguirei lendo tão maravilhoso Blog.
Bom dia Marta, caríssima leitora e comentadora de meu espaço. Sempre uma grande honra e desejo que tenhas um belíssimo fim de semana, que se aprochega a galopito, sem levantar polvadeira.
ExcluirCaríssima Marta, Doutor Chico, com quem ficava muitas e muitas vezes na esquina do Café Aquário, na Rua XV, em Pelotas, conversando e contando “causos”, era um homem simples, alegre e por suas brincadeiras extravagantes o chamavam carinhosamente de Chico Louco, o que de louco não tinha nada e sim de um humanismo que extravasava seu coração. Homem alegre, honesto e extremamente solidário, principalmente com os mais pobres e excluídos. Médicos, que como dizes, desapareceram. Quanto ao Dr. Oséas, que como o Dr. Chico empresta seu nome a uma Rua da Cidade, no caso de Oséas à cidade de Esteio, pois foi um que batalhou muito pela emancipação do Município. Fico feliz em saber que histórias semelhantes se entrelaçam e gostaria muito que o mundo fosse diferente, sem essa arrogância de muitos, pois não custa nada ser gentil e educado. Para mim não há invisíveis, pois do General ao Soldado, do Prefeito ao Gari, eu manifesto o mesmo tratamento. Costumo ouvir quase todos os dias a Música do português Zeca Afonso, GRÂNDOLA, VILA MORENA, aonde ele diz – Em cada esquina um amigo. Em cada rosto a igualdade. Grândola Vila Morena, terra da fraternidade. - Saí de Pelotas há quase cinquenta anos, mas costumo ir três ou quatro vezes por anos rever minha terra natal, aonde os amigos estão rareando, tendo perdido há poucos meses um grande e velho amigo chamado Vital Porep da Silva, que entrou para a família lá no ano de 1953. Saudades. Também fico com o coração estreleiro em saber que és parente do Berola, pois não vou à Pelotas sem pegar um estoque de doces em sua loja e trago e distribuo para minha filha, também professora, meus dois filhos, noras e neto, assim como deixo meu refrigerador abarrotado de tão deliciosas guloseimas. Outrossim, estou hoje aposentado por dois Município, sendo um deles a nossa querida Esteio.
Prezada leitora Marta, sempre é uma honra ler teus tão bem-vindos comentários o que almejo continues a fazer. Desejo que o Sol renove tuas boas energias, que a Lua embale em paz tuas noites, que a chuva lave teus caminhos e que o vento livre de obstáculos teu caminhar resoluto sobre a Terra. Um fraterno quebra-costelas e que tenhas saúde e paz.
Honradíssimo.
Prezada, sou de Pelotas e meu pai consultava sempre que precisava, com o doutor Chico; sempre contava histórias sobre ele. Gostaria de saber como adquirir o livro obre ele.
ResponderExcluirPrezado professor, sou natural de Pelotas e sempre ouvia as histórias do doutor Chico, que sempre que precisava, meu pai consultava. Uma delas falava de uma senhora que deprimida, aventava a hipótese de se matar ao doutor Chico. O mesmo, não se furtou de um golpe, puxar de uma gaveta um revólver que ali guardava. Coloca-o sobre a mesa e dispara: "Pois olhe, se for pra se matar mesmo, tem que dar o tiro perto do ouvido, senão não adianta..." A mesma,estupefata, nunca mais voltou a falar em suicídio.
ResponderExcluirVi algumas vezes o jipão azul com toldo listrado de azul e branco pelas ruas da cidade; só podia ser do doutor Chico.
Se souber do livro dele, por favor divulgue para mais pessoas saberem dessas histórias.
Grande abraço.
Prezado professor, sou natural de Pelotas e sempre ouvia as histórias do doutor Chico, que sempre que precisava, meu pai consultava. Uma delas falava de uma senhora que deprimida, aventava a hipótese de se matar ao doutor Chico. O mesmo, não se furtou de um golpe, puxar de uma gaveta um revólver que ali guardava. Coloca-o sobre a mesa e dispara: "Pois olhe, se for pra se matar mesmo, tem que dar o tiro perto do ouvido, senão não adianta..." A mesma,estupefata, nunca mais voltou a falar em suicídio.
ResponderExcluirVi algumas vezes o jipão azul com toldo listrado de azul e branco pelas ruas da cidade; só podia ser do doutor Chico.
Se souber do livro dele, por favor divulgue para mais pessoas saberem dessas histórias.
Grande abraço.
Olá meu caríssimo conterrâneo, é um grande prazer estar respondendo aos teus comentários e como são iguais responderei de uma só vez, mas responderei com muito prazer, pois além de tratar-se de um conterrâneo, estamos falando de outro grande conterrâneo que deixou muitas histórias e tanto fez pela cidade, tanto que hoje empresta seu nome para uma das ruas da Princesa do Sul. Francisco Ribeiro da Silva, quem eu tive o enorme privilégio de conhecer e com ele consultar sempre foi o mesmo homem. Educadíssimo, brincalhão e um excelente profissional como cada vez está mais difícil de encontrar. São tantas as histórias deste folclórico e lendário homem que se torna difícil guardá-las na memória, por este motivo vou procurar o livro que fala de suas façanhas maravilhosas.
ExcluirDoutor Chico estava a frente de seu tempo e era de uma pureza, profissionalismo e educação única. Saudade do amigo Chico.
Caríssimo Gérson que a saúde esteja sempre contigo, principalmente nestes tempos de pandemia.
Um grande abraço.
Dr Chico era padri ho do meu marido MARIO EDUARDO PANYAGUA, que ora se encontra adoentado, o Dr. Chico deu seu livro para ele, se não me engano obtpitulo é: O HOMEM QUE CURAVA BRINCANDO. Meu marido emprestou o livro e nunca devolveram, ja estive em Pelotas procurando nas livrarias e não encontrei.Como ele está adoentado, eu queria fazer um agrado á ele, conseguindo este livro. SERÁ WUE TEM UMA ALMA BOA E ME CONSEGUE ESTE LIVRO????? Me avise: gilzapanyagua@gmail.com, ou envie para este endereço: BR 101 N° 4161, Bl. OADIS, Apto.16, Condomínio Mirante 4 Estações, Serraria, São José, SC, 88115-100.
ResponderExcluirOlá Gilza.
ExcluirQue grande prazer foi ter aberto hoje o meu blogue e encontrar o teu comentário e saber que tens um carinho especial por este excelente médico chamado Francisco Ribeiro da Silva, padrinho de teu esposo Mário. Imediatamente fui à procura deste livro pela Internet e infelizmente não o encontrei. Doei mais de mil livros de meu acervo à Biblioteca que leva o meu nome em Sapucaia do Sul à Rua Plácido de Castro, Centro e dentro deste acervo não o tinha. Continuarei procurando, pois sou amante da leitura e este livro me chamou muito a minha atenção. Qualquer pista que tiver deste livro entrarei em contato, pois se o tivesse já estaria te mandando.
Com muito respeito e carinho deixo aqui um abraço e que teu esposo se restabeleça. Desejo muita saúde à toda família Panyagua e que este ano seja repleto de alegria, paz e bem.
Professor por acaso sabes o nome do livro?
ResponderExcluirOlá caríssimo Leitor.
ResponderExcluirHá um livro sobre o Dr. Chico que se chama Aspectos Biográficos do Dr. Francisco Ribeiro da Silva, de Zênia de Leon, ao preço de 29,99 mais frete, usado, na Estante Virtual. É só procura por Livros sobre o Dr. Francisco Ribeiro da Silva. Não sei de outros títulos, porém este serve de busca caso existam outros. Boa Leitura.
Agradecendo o comentário, desejo muita saúde e alegria.