Questionava-me muitas vezes
desde os tempos de minha adolescência quando participei do Segundo Congresso de
Estudantes Secundaristas, realizado em Pelotas, no ano de 1963, por que as
classes menos favorecidas tem um amor inexplicável com quem às explora e as
mantém na miséria.
Talvez nem Freud explicasse
tal e brutal sentimento, e isto não mudou nesses quase 50 anos de tantas idas e
vindas, crescimentos e quedas da economia.
Li há alguns anos um artigo
no Diário de Canoas com o título Dalits escrito por um advogado local que
criticava, durante a presidência de Luís Inácio, que era uma vergonha ver
homens vivendo do LIXO. Só que o esperto senhor não viu nas entrelinhas que se
alguns estão vivendo do lixo é porque a maioria está produzindo lixo e quanto
mais um país produz lixo mais esse país se torna um país consumidor.
Pena que as pessoas, mesmo
bem escolarizadas não tenham essa percepção, pois a maioria está aí só para criticar.
Mesmo assim o ranço que nos
estamos acostumados a ver não parte apenas desta direita torta, desta direita
como costumo dizer, direita “Gardenal”. Parece-me que a sociedade como um todo
sofre da Síndrome de Estocolmo, ou seja, um amor inexplicável e doentio de quem
sofre intimidação psicológica ou física por tempo prolongado, por seu algoz.
Já naquela época eu notava
que o nosso povo era por demais submisso aos interesses da burguesia que desde
tempos imemoriais o explora.
Era a negra escrava que
tinha um amor muito grande pelos familiares do seu dono, mesmo que esses fossem
tão ou piores do que ele.
Eram os trabalhadores
famintos que defendiam seu patrões exploradores, talvez por não terem
perspectivas.
São alguns funcionários
públicos que reelegem o Prefeito dizendo que tem que votar no patrão, pois é
ele que paga seu salário. Coisa Muito comum, e que por mais de uma vez eu ouvi
de colegas muito menos escolarizados. Não sabe o otário que prefeito não é
patrão, é empregado, e quem paga o salário do funcionário público
não é o prefeito e sim o cidadão Contribuinte.
Hoje temos uma mídia
cafajeste liderada pela Plim-Plim, que leva as massas na direção que quiser
levar. Há algum tempo elegeram o Caçador de Marajás, o qual era o maior deles e
antes disto apoiaram a Ditadura Militar, alienam o povo com novelas que são
sempre a mesma coisa, chatas, indecentes, do ponto de vista ético onde as intrigas,
fofocas, maldades, brigas, gritarias e falta de caráter são a tônica e para
culminar com a alienação parcial ou quase total do povo estão apresentando um
BBB pela décima sexta vez. Inacreditável que as pessoas tenham “M” na cabeça
para assistirem um bando de desocupados, promíscuos e sem caráter em constantes
atritos e brigas, o que bem mostra como o nosso povo, em sua esmagadora maioria
é um povo sem cultura. E não sabem os idiotas que o custo do programa sai de
suas ligações telefônicas. Bando de otários sem cérebros que ficam vendo fofoca
brigas e alguns menos inteligentes, tarados e bobalhões assistem para ficarem se
masturbando com as cenas eróticas de um bando de vagabundos sem caráter.
Mas esse ódio que as elites têm
do povo é contrariamente visto pelo povo que morre de amores por esses que
ostentam o poder econômico. Só para se ter uma ideia, meu cunhado, já falecido,
tinha uma empresa de Representações e entre outras coisas possuía um plantel de
entregadores que distribuía em Pelotas, livros, revistas e jornais. Havia
entre as revistas uma que só mostrava a opulência dos bem nascidos e ricos, fotografados
em mansões e castelos. Pois bem, essa revista tinha sua esmagadora entrega nas
vilas miseráveis da cidade. Ou seja, quanto mais pobre e menos cultura mais se submetem
aos ricos, ou compravam tal revista para sonharem com o que não tinham e nunca
teriam.
Um fato quase similar
acontece na Região da Campanha, Fronteira Oeste e Missões, onde nas eleições a
maioria dos eleitores, gente pobre ou remediada vota massivamente nos
candidatos mais reacionários e ainda justificam dizendo que votaram no
estancieiro (fazendeiro) tal ou no seu filho, pois “são gente rica”.
Uruguaiana cidade natal de minha
mulher e uma cidade que bem conheço chega ser impressionante a submissão do
povo em relação ao estancieiro, morrem em entreveros na defesa de quem nem os
conhecem ou os exploram. Vivem fritando esterco para fazerem torresmo, mas
defendem com unhas e dentes os poderosos. Não tem onde cair mortos, mas
defendem os latifundiários, pior, não pelo que são ou representam, mas pelo
sobrenome da família. E como tem gente idiota neste mundo.
Uma exceção notei num município
que quase todos os anos tenho por lá passado que é Barra do Quaraí, onde a Frente
Popular governa o município, ao contrário da esmagadora maioria dos municípios
onde o latifúndio é a tônica e só elegem os reacionários e truculentos para,
não só governarem seus municípios como elegem seus representantes para a
Assembleia Legislativa e Câmara Federal, alçados ou indicados pelos poderosos.
La Barra do Quaraí é um fato
isolado, aonde seus eleitores não sofrem da Síndrome de Estocolmo, por enquanto.
Que lastimas que isto não
aconteça nos municípios ao entorno. Aliás, que lástima que isto não aconteça no
Brasil inteiro.
Povo pobre, uni-vos contra
as hordas de exploradores, mentirosos e reacionários.
čoskoro sa uvidíme, moji priatelia
Olá Lucas.
ResponderExcluirInfelizmente o nosso povo não conhece a História, e me refiro da história recente ocorrida Século passado, quando um tresloucado levantou toda a Alemanha numa fúria nunca vista. Era racista, homofóbico e doentiamente religioso, que se auto proclamava instrumento de deus na luta contra os judeus. O que podemos esperar deste nosso povo despolitizado, sem memória e tão facilmente conduzido pelas redes de TV e religiões. verdadeiros "condutopatas".
Infelizmente a democracia só é "boa" quando a direita raivosa está no poder, caso contrário eles fazem de tudo para derrubá-la.
Um grande abraço.
Prof. Pedro.