Ao ler a matéria anterior,
minha mulher, amiga e cúmplice de mais de 40 anos, disse:
- Mas um Juiz tem que ganhar
bem para não se corromper.
E eu respondi:
- Ganhar bem, sim. Não há dúvida
alguma. Mas qualquer um que venha a se corromper por ganhar pouco; qualquer um
que se corrompa por qualquer motivo seja ele quem for é um sem vergonha. Pois aí estaríamos
justificando a corrupção de acordo com o salário.
Realmente, este argumento é
falho, pois sendo assim estaríamos abrindo as portas da corrupção.
Nossa!
Elas já estão escancaradas.
Mas, diante disto, lembrei de
meus velhos e honrados avós.
Vovô Juca, José Luís Pereira
de Castro, proprietário de terras, agricultor e pequeno pecuarista, ficou na
miséria, mas não deixou de quitar uma só divida, dele e a quem serviu de fiador quando da falência do Banco
Pelotense (1931), onde tinha todas as suas economias e que foi a ruína de milhares de sérios homens como ele.
Vovô Lourival da Rosa Teixeira, simples professor rural, filho de um grande pecuarista de Rosário do Sul, Joaquim Luís Teixeira, o Velho Pedra, que com a Revolução de 1893 começou a ver suas propriedades irem para a falência. Vovô Lourival jamais
aceitou qualquer tipo de propina que pudesse um dia envergonhá-lo, pois a maior
riqueza de um homem é seu caráter, diziam, coisa que aprendi desde cedo com eles e com meu pai e minha mãe.
O que não se justifica é que
neste país enquanto milhões amargam a pobreza, a miséria, o abandono, excluídos
e famélicos, alguns poucos privilegiados ganham salários de fazer inveja a
qualquer congressista de países do primeiro mundo. Aqui se faz uma orgia com o
dinheiro público, Senadores, Deputados, Marajás de todos os matizes e até os, na maioria, inúteis e imprestáveis vereadores.
E para começar a mudança:
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