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quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Civis e Militares – Inimigos de Classe.


Sou filho de militar, passei minha meninice, adolescência convivendo com militares colegas de meu pai, aos dezenove anos incorporei ao Exército e por lá fiquei vários anos, pois em meses fui promovido. Pedi meu desligamento em 1971.

Até os anos l963, início do ano 1964, ano do fatídico golpe militar, desnecessário, ainda civis e militares conviviam, eram fraternos, festejavam , comemoravam juntos. Carnaval, Ano Novo, Natal e nos estádios de futebol.


 

Havia até um excelente Bloco de Carnaval, chamado Aguenta se Puder, composto só por militares do antigo Nono Regimento de Infantaria, sediado em Pelotas, que alegrava os civis e militares.

Porém a partir do maldito golpe as coisas começaram a mudar drasticamente e civis e militares foram jogados em nichos diferentes onde o carrancismo militar praticamente proibiu qualquer confraternização entre essas classes. Lembrando que, queiram o não, os militares são empregados do povo. Porém não é assim que funciona.

Hoje o que vemos são as parasitas pensionistas, geralmente alienadas apoiando qualquer bravata de um militar, como ora acontece com esse sujeito abjeto e fanfarrão, tanto que tenho uma parenta muito próxima, casada com um Coronel e também é pensionista, pois além de tudo recebe pensão de um Primeiro Tenente e se esforça para ser mais que o marido, sendo autoritária, odiosa, má com as empregadas, tratando-as com extrema rispidez, nada pede, ordena. Manda mais que o marido é o protótipo de um General, carrancista e autoritária.

Essa separação quase odiosa começou a se dar quando a milicada tomou pela força o governo, pois desconhecem a DEMOCRACIA, impondo DITADORES, perversos, assassinos, verdadeiras múmias que instilavam asco de suas bandagens fétidas.

Em 1966, dentro do quartel um reles Sargento Fuzileiro ao passar por mim, um reles Cabo Contador, chamou-me e com rompante disse:

- Teixeira, tu não podes ficar conversando com paisano e ainda mais no centro da cidade.

- Que paisano eu estava conversando Sargento Cavalcante? Perguntei.

E ele mais vermelho do que um tomate enraivecido disse:

- Sábado pela manhã, na esquina do Bule Monstro.

- Sargento, nem o senhor, nem ninguém vai decidir com quem eu posso ou não conversar, ainda mais que aquele “paisano” era meu irmão. Fiz meia volta e deixei-o remoendo sua raiva no meio do pátio do quartel.

Dois anos após, saía de uma barbearia quase em frente ao Quartel e a mesma praça (sargento) me viu do barbeiro saindo, parou junto ao meio fio da calçada e me aguardou e novamente me advertiu dizendo:

- Teixeira tu não pode entrar nesta barbearia.

- Por que não meu Sargento, perguntei:

- Tanto o pai quanto o filho são Comunistas.

- Pois é Sargento eu me utilizo dos serviços deles para ver se eles vão me passar à navalha no pescoço.

Novamente virei-lhe as costas e atravessei a Avenida Duque de Caxias, rindo indo direto para o Quartel, deixando-o mais uma vez remoendo o seu carrancismo, ódio e sua ignorância.

Não percebeu que ele também estava sendo usado pelos altos postos para ser uma marionete não só dos oficiais com de quem verdadeiramente manda, os Ricos e Poderosos, pois as Forças Armadas estão aí para defender o direito dos Capitalistas Abonados de mandar e desmandar, tanto isto é verdade que se em um plebiscito 99% da população civil votar a favor da mudança de Regime, eles, os militares no outro dia darão um golpe, prenderão, torturarão e matarão muitos civis para garantir não a vontade do povo e sim o interesse das Elites, como fez agora esse demente que praticamente anulou o plebiscito do desarmamento o que fez a violência e a criminalidade dispararem como nunca.

As Elites têm vários nomes, mas agem juntas em detrimento de seu pequeno grupo Oligarca, não se importando com a miséria e a fome do povo. Infelizmente o povo pobre não entende isto e se deixa enganar por esses partidos de direita.



Lembrando que essa elite oligarca é a mesma que escravizou negros, índios e pobres. São a síntese da maldade e do arbítrio.  

A oligarquia é caracterizada por um pequeno grupo de interesse ou lobby que controla as políticas sociais e econômicas em benefício de interesses próprios. O termo é também aplicado a grupos sociais que monopolizam o mercado econômico, político e cultural de um país, mesmo sendo a democracia o sistema político vigente. Coisa que eles não respeitam.

Dentro desse grupo maldito vamos encontrar os latifundiários que mentem, distorcem assassinam trabalhadores rurais e querem cada vez mais tomando extensões de terras, das quais muitas improdutivas maiores que muitos países, queimando florestas, envenenando rios, mas que beneficiarão apenas os ricos e poderosos, pois são imediatistas e não se preocupam com o futuro das próximas gerações.

E o povo?

Já dizia o General ditador João Figueiredo – O POVO É SÓ UM DETALHE E EU PREFIRO O CHEIRO DOS MEUS CAVALOS DO QUE O CHEIRO DO POVO.

E por não ter conhecimento político e consciência de classe, esse povo ainda vota nos representantes desta elite asquerosa e boçal.

 

2 comentários:

  1. Caro amigo Professor Pedro, prazer em compartilhar meus pensamentos em noite de insônia.
    Achei deveras engraçada o causo do sargento sendo deixado comendo poeira com seus comentários mais certeiros que um dardo lançado no alvo.....kkkk
    Fico aqui imaginando a minha querida cidade natal nos ano 60 em plena ditadura meus pais dizem que não se via nada referente a polícia e casos diversos envolvendo o regime da época mas creio que eram crianças e talvez não tenham notado tais acontecimentos horrendos pois as pessoas tinham medo de desaparecer ou simplesmente de morrer.
    Pois bem, como sabe fui soldado da FAB e vi variadas situações como essa que viveu e outras tais como perseguições de superiores à amigos(no meu caso não), oficiais pra lá de corporativistas e corruptos.
    Tenho amigos na caserna até hoje, mas no entanto sou contra serviço militar obrigatório (que na verdade seria um tipo de escravidão obrigatória). Digo-lhe mais, sou contra a existência de forças armadas na quantidade dos efetivos que o país tem hoje pois mau se tem para dar de comer a um recruta, imagine manter toda essa "galera" coçando o saco.
    Talvez seja um delírio meu nesta noite de insônia na quente Brasília mas acredito que em geral essa casta se preocupa apenas e somente com seu próprio umbigo mas um novo dia e novos tempos hão de chegar para algumas coisas serem colocadas em seu devido lugar.
    Lhe deixo com o trecho de uma música de Alceu Valença que nós leva à pensar nos tempos que estão por vir.
    "Tú vens, tú vens...eu já escuto os teus sinais!"
    Ele vai voltar...como um grande roteiro de um filme numa virada espetacular!!!
    Boa noite amigo e 13 neles!

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  2. Meu caro Paulo Luiz.
    Amanhã é o dia da mudança.
    Que estejas bem aí em Brasília, onde estive várias vezes, sendo a última em 93.
    Meu querido amigo, poderia escrever um Livro sobre piadas ou casos de Caserna. Muitas delas hilárias outras inacreditáveis. Sempre fui um homem respeitoso e no Exército muito respeitador, saindo no ótimo comportamento e não segui a carreira devido a uma hérnia que me tirou de fazer o CFS, mesmo assim me valeu múltiplos elogios. Porém não levava ninguém para compadre, não só sargentos como alguns oficiais. Tenho neste meu blogue alguns casos que contam esses episódios. Uma noite estava de Sargento de Dia à Companhia (CC/1) e na manhã seguinte quando passava o serviço a um Terceiro Sargento, esse, nervosinho e incompetente, reclamou em frente à companhia em forma, de forma ríspida, sobre a faxina da área e eu simplesmente o chamei de sargento de “M”. Os soldados em forma ficaram atônitos. Ele num vermelhão nada disse, porém sabia que logo após a formatura diária seria admoestado. Fomos para a formatura e a CC/1 precisava apenas desfilar diante do palanque oficial para receber o troféu de melhor ordem unida, pois isolada estava das demais. Porém ao passar diante do palanque o Comandante do Regimento mandou que tirasse pontos da companhia, pois um sargento estava completamente fora de linha. Ao retornar ao pátio da Companhia o Capitão Clerion Dias Faro, viu quem era o sargento e em frente a Cia em forma chamou o mesmo sargento de Seu “M”, era o tal que eu já havia assim chamado. Além de hilário ele perdeu toda a moral de dar parte minha ou tentar alguma represália.
    Muitos casos conto neste meu blogue e um muito estressante publiquei com o título de AMIGO ALÉM DE CAMARADAS, em 22 de Novembro de 2013. Outro identificarei e te passarei em outra oportunidade.
    Paulo Luiz, também sou contra o serviço obrigatório e também sou contra o voto obrigatório, sou contrário as Escolas Cívico Militares que esse Tenente melhorado quer implantar, sou também contrário a existência de Forças Armadas, que deveriam a princípio serem reduzidas, mais dinheiro poderia ser investido na Educação e Saúde, lembrando que a Policia Militar do Estado de São Paulo já é o maior Exército da América Latina, porém as Polícias Militares servem de tropas de ocupação dentro do Território Nacional. (vergonha). E quando dizes que essa casta se preocupa apenas com o seu umbigo só posso concordar, pois para que servem se não sangrarem os cofres públicos.
    A emoção tomou conta de mim quanto o caro amigo lembrou a música Tu vens, Tu vens... Eu já escuto os teus sinais.
    É LULA lá e o povo no Poder.
    Caro amigo, que tenhamos um final de semana sereno e fico com essa certeza pois li um manifesto dos comandantes militares das três Arma que dizem que o ELEITO SERÁ EMPOSSADO.
    Um fraterno abraço e muita saúde.

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