Conta a lenda...
Puxa vida. Como fica legal
iniciar uma história com essa Conta a Lenda.
Fica muito contundente dizer
Conta a Lenda...
Então, conta a lenda que
quando morreu o velho ativista Karl Marx, ele foi mandado para o Inferno.
Foi recebido pelo próprio
Lúcifer e introduzido naquele ambiente infernal.
Porém passados 15 dias o
telefone vermelho que liga diretamente o Inferno ao Céu tocou estridente.
São Pedro, velho porteiro do
Céu atendeu:
- Alô! Aqui é São Pedro.
Do outro lado uma voz
embargada disse:
- Aqui é Lúcifer, e preciso
falar urgentemente com Deus, Todo Poderoso.
- Um momento Lúcifer, vou
verificar se Ele já acordou de sua “siesta”.
Em seguido o telefone foi
atendido e uma voz profunda disse:
- Alô! Aqui é Deus.
- Oh Meu Deus. Aqui é
Lúcifer.
- Lúcifer Meu amado filho
renegado, o que precisais de mim?
- Seguinte Meu bondoso
Senhor. Desde que aquele tal de Karl Marx chegou aqui no Inferno, isto aqui
virou um Inferno.
- Mas aí é o Inferno.
- Eu sei Meu Deus, mas a
coisa ficou pior.
- Como assim, pior?
- Senhor! Estou em 15 dias
enfrentando a segunda greve geral.
- Não me digais?
- É Meu Deus! Os demônios
dos tridentes querem redução de jornada, repouso remunerado e férias pagas, plano
de saúde, vale transporte, vale alimentação, bolsa família e folga no dia do
aniversário. Os demônios dos óleos ferventes querem insalubridade e tudo mais
que os outros reivindicam e a porta do Inferno está um tumulto, pois ninguém
entra, sabeis Vós que os demônios da portaria estão fazendo uma operação
tartaruga. Acumulam-se almas do lado de fora.
- Mas que coisa horrorosa,
Meu amado filho.
- E tem mais senhor Deus. Há
rumores de uma revolução para tomada do poder e falam até na possibilidade que
eu seja fuzilado ou exilado para o Céu.
- Sim Meu filho, vejo que a
situação é grave. Mas o que pretendeis?
- Senhor Meu Pai, por favor,
dê-me uns dias para reorganizar o meu Inferno.
- Sim! Mas o que poderei
fazer?
- Leve esse revolucionário
para o Céu, pelo menos por um tempo.
- Sim, Meu amado filho Lúcifer,
mas será por um curto período de no máximo 15 dias.
- Está Bem meu Pai, já
resolve.
Na mesma hora Karl Marx
recebeu a ordem de exílio e foi de mala e cuia para o Céu.
Lúcifer iniciou logo uma
tentativa de reforma aos velhos moldes burgueses, castigando seus empregados,
demitindo funcionários, reduzindo salários, cassando todos os direitos,
prendendo os mais lúcidos, torturando e fuzilando alguns. Enfim, fez uma
devassa no meio proletário, conforme certos burgueses fazem aqui na Terra.
E o tempo foi passando,
passando e passando.
No dia estipulado, o décimo
quinto, nada de Karl Marx voltar para o inferno.
Veio o décimo sexto dia, o
décimo sétimo, oitavo, nono e vigésimo dia e nada de Marx voltar para o
Inferno.
Lúcifer então resolveu ligar
novamente para o Céu para saber o que estava acontecendo:
Ligou.
Uma voz estranha atendeu ao
telefone, depois de várias e várias chamadas.
- Alôoooo!
Lúcifer, após se
identificar, perguntou:
- Quem está falando:
- Aqui é o Camarada Paulo.
- Paulo?
- Sim! É o Camarada Paulo.
- Desculpe São, digo,
Camarada Paulo, eu queria falar com São Pedro.
- Pô, meu! Tu não estás
sabendo? O Camarada Pedro está em greve.
- Não me digas! Então passe
a ligação para Deus.
- Oh meu! Tu ficaste louco?
- Por quê?
- Deus não existe!
Curiosidade que muitos não
sabem:
Lúcifer, quer dizer “O
Portador da Luz”.
Interessante. Quem é o autor dessa história?
ResponderExcluirOlá caro Monteiro.
ResponderExcluirConheço esta história há mais de 40 anos e perdeu-se no tempo a autoria, porém, obviamente dei um contorno mais rebuscado, pois o que conhecia reduzia-se a poucas frases, contada como piada. Porém enriqueci nos detalhes para torná-la mais aprazível à leitura.
Um grande abraço e gracias pela participação.
Prof. Pedro
Monteiro, em tempo.
ResponderExcluirContavam que Marx havia morrido e ido para o inferno e Lúcifer não aguentando tantas greves mandou ele para o céu, dias depois Lúcifer liga para o céu e pede para falar com Deus e São Pedro diz que Deus não existe. Disto elaborei esta história um pouquinho mais refinada.
Saudações.