Conta a lenda que em um
distante e aprazível reino, entre montanhas verdejante e vales de luxuriantes
matarias existia um belo Reino, em que, apesar da rudeza de seu soberano o povo
vivia em aparente felicidade.
Rouxinóis gorjeavam em alegres
manhãs ensolaradas e as noites estreladas no fundo daquele vale eram iluminadas
por uma sempre brilhante Lua prateada.
Todos trabalhavam e
divertiam-se em festas ocasionais onde não faltava a alegria, os bons vinhos e
as brincadeiras, sendo tudo observado pelo Rei rude e despótico que permitia
quando em vez que o povo saísse da rotina habitual.
Belo dia, a rainha que
esperava ansiosa seu primogênito que herdaria toda aquela riqueza deu a luz a
um belo menino joufflu, tendre et rosé.
Os sinos ecoaram por todo o
pequeno Reino e a alegria correu célere pelos corredores e salões do Castelo e
se espraiou pelas vilas e campos.
De imediato o soberano
chamou o Escrivão Real e deu-lhe a ordem de imediatamente fazer o registro de
seu filho.
- Vossa Majestade como
quereis registrar vosso herdeiro.
E o Rei, entusiasmado e
feliz deu ao escrivão o nome de seu príncipe e herdeiro, dizendo:
- A ele escolhi o nome de - Petrus
Joseph Antonius Sebastian Vespasianus Stanislaw Paulus Oleg Caramuru Adolfo
Miguel Arcanjo Salatiel Uriel Constantin de Carmini Leonard de las Brancas
Torres Aquidauanas del Pantanal Al Charif de Leon Justus Alcântara de la Barra
Cuarahin Itararé Sumaré Campo Largo y Arco Verde dos Altos Montes de Petrópolis
e Barbacena de Ouro Preto.
Além disto - disse o rei –
fica expressamente
proibido que ao pronunciarem o nome de meu herdeiro seja feito faltando algum
dos nomes e aquele que o fizer sofrerá penas severas e até a forca.
- Publique-se imediatamente
– disse o Rei – para que todos fiquem sabendo da Ordem Real Expressa.
Passado alguns dias a esposa
do Jardineiro Real do castelo teve um filho, nascido já magrinho, miúdo e mui
doente.
Ao saber do nascimento o rei
mandou chamar o Jardineiro e o Escrivão para registrar a criança pobre nascida
em um galpão retirado do Palácio Real, perto de um lúgubre pântano onde
vicejavam algumas doenças.
Neste momento o pobre
jardineiro disse ao Rei:
- Vossa Majestade permita
que eu escolha um nome longo e pomposo para meu filho.
O rei sisudo disse:
- Não!
- Nome de filho de pobre tem que ser comum – e completou – Escrivão registrai o nome
deste infeliz que ora nasce com o nome de Zé – somente Zé.
E assim foi feito.
Os meninos criaram-se juntos
e o pobre Zé sofria com as brincadeiras brutas do primogênito herdeiro daquele
reino.
Um belo dia o príncipe
empurrou Zé e este caiu no profundo poço que havia nos jardins do Palácio.
Apavorado o herdeiro do
Reino correu até a guarda palaciana e disse ao Capitão da Guarda.
- Capitão! O Zé caiu no
Poço.
Os Soldados correram e
rapidamente conseguiram tirar o pobre Zé com vida do fundo daquelas águas turvas
e frias.
Passado algum tempo, os
meninos continuavam a brincar juntos, quando o príncipe em um descuido tropeçou e
caiu no mesmo poço.
Zé, apavorado correu até o
Corpo da Guarda e lembrando-se da Ordem Real Expressa, disse ao Capitão:
- Senhor Capitão, o Príncipe
Petrus Joseph Antonius Sebastian Vespasianus Stanislaw Paulus Oleg Caramuru
Adolfo Miguel Arcanjo Salatiel Uriel Constantin de Carmini Leonard de las
Brancas Torres Aquidauanas del Pantanal Al Charif de Leon Justus Alcântara de
la Barra Cuarahin Itararé Sumaré Campo Largo y Arco Verde dos Altos Montes de
Petrópolis e Barbacena de Ouro Preto, caiu no poço.
A Guarda correu e ao chegar
ao poço o príncipe já estava morto.
Olá professor Pedro,
ResponderExcluirmuitas regras às vezes fazem mal.
Abraços e tenha um ótimo fim de semana.
Olá Anajá.
ResponderExcluirNão tens ideia da alegria que fico ao receber um comentário teu, ando sempre passeando pelo teu blogue e deixei um comentário sobre os teus bichinhos "Aila - uma casa com animais tem outro astral", lindos.
Nomes pomposos nem sempre significam sorte ou realeza, e muitos mais atrapalham do que favorecem.
Que tenhas um belíssimo fim de semana junto ao teus e que a paz e alegria estejam presentes em tua vida.
Não morreu pela boca, mas sim pelo nome.
ResponderExcluirVem cá, o senhor deve despender muito tempo escrevendo esses textos com as fontes coloridas.
Olá caríssimo Monteiro.
ResponderExcluirAlguns textos escrevo em alguns minutos, como este, foi jogo rápido, quanto as fontes coloridas faço-as em minutos,seleciono a parte do texto e clico na cor desejada. A prática é o segredo. Além deste blogue ainda dou uma passado no Face, onde tenho quase duzentos seguidores, estou com um livro pronto para ir para a gráfica e ainda estou trabalhando em mais outros cinco livros, que pretendo editá-los em breve, leio muito, atualmente estou lendo o livro Mito, Leyenda y Costumbres, de Gaster e Frazer, maravilhoso livro, e semana passado terminei de ler o Povo Brasileiro de Darcy Ribeiro e ainda me sobra tempo para a caminhadas matinais, passear e fazer algumas viagens.
Um abraço.
Pedro, meu lindo e querido amigo!
ResponderExcluirPensavas k estava esquecida de ti? Não, meu "príncipe", só k tenho tido tanto k fazer, profissionalmente, para além da mão que foi intervencionada duas vezes, não poder ser submetida a grandes esforços, e além disso me meti, estou dando "bola" pra Alberto Caeiro, fazendo um poema a partir de um dele, mas, de outro jeito, naturalmente. Olha que eu não sei se vou conseguir fazer algo minimamente razoável para postar, no próximo fim de semana, e logo eu k tanto prezo e gosto de fazer o melhor possível.
Adorei tua postagem, aliás, como todas, pke pões nelas coração e verdade em tudo o k escreves.
Adoro contos, histórias, que nos mostram as vicissitudes da própria História.
Pois é, rei se julgava superior aos outros, mas tu sabes e eu sei, que não o era. Era igual a ti e a mim. Tinha vontades, desejos, raivas, prantos, doenças, etc., mas não se lavavam tantas vezes, qto nós, entre outras "aberrações" (risos).
Que nome complexo, Virgem Santa! O Zé, se salvou, mas o Petrus ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------teve triste final. É assim a vida e pra mim, Deus escreve direito, algumas vezes, por linhas tortas.
Bisous pour toi, pour Sandrinha, Mónica, teus meninos e Bruninho.
Bom fim de semana, meu adorado amigo Pedro.
Céu, amada.
ExcluirSei que não esquecerias assim como eu jamais a esquecerei.
Em primeiro lugar quero agradecer os beijos mandados aos meus, fico extremamente gratificado com tua atenção e carinho. Acredito sem sombras de dúvidas que nesta tua empreitada sobre o trabalho com base em “Alberto Caeiro”, sairás muito bem, na verdade sairás muitíssimo bem. Não te preocupes se postares ou não, estarei sempre visitando teu blogue, pois ainda há muito para ler e aprender contigo. Teus escritos são maravilhosos e nos fazem viajar em sonhos e em cada linha uma emoção, uma reflexão.
O nosso primeiro Imperador, Dom Pedro I, (Pedro IV em Portugal) tinha 17 nomes e com base nele, fiz eu esta história que salvou Zé, mas matou o príncipe, ou seja, não adianta títulos de nobreza ou nomes pomposos, a vida nos reserva implacavelmente nosso fim. O ontem e o amanhã não existem, apenas o hoje, por este motivo temos que fazer tudo o que pudermos no hoje, amar, agradar, ajudar, recompensar, beijar, abraçar, rir, chorar, pois para ontem não podemos voltar e se esperarmos por amanhã, poderá ser tarde.
Cá do extremo sul do Brasil mandamos mil beijos respeitosos e com muito carinho.