Mesmo sendo graduado, e não sendo professor
de língua portuguesa, sou apaixonado pela minha língua, tanto o português como
e principalmente o Gauchês.
Mesmo sendo brasileiro e gostar de escrever e
falar em “gauchês”, este dialeto mui usual na Região da Campanha, Missões e
principalmente na Fronteira Oeste de meu Estado, ou como aqui dizemos, da nossa
República do Rio Grande do Sul o qual não deve ser confundido com os diferentes
dialetos trazidos pelos alemão e italianos, lembrando que muitas são as
palavras usadas pelos italianos que foram inventadas aqui no Brasil e que não
existem na Itália, assim como alguns dialetos alemães falados no Rio Grande do
Sul, Santa Catarina e Paraná que há muito tempo deixaram de existir na Europa,
e são fontes de estudos para muitos especialistas que procuram fora da Alemanha
conhecer como se falava nessa ou naquela região da hoje Alemanha, ou no caso do
pomerano, muito usado aqui no sul do Brasil que não mais existe não só na
Alemanha como e principalmente na Polônia, sou um homem que além de amar nosso
idioma trazido pelos portugueses e não comungar de nenhum tipo de xenofobia,
que muitos alardeiam, gosto de quando possível aportuguesar palavras
estrangeiras, pois a riqueza reside em um idioma forte, elástico e nem um pouco
hermético, porém não sou adepto a escrever como escrevem ou falam alguns
estrangeiros. Se posso mudar, para que insistir?
Alemães (maioria pomeranos)
Tudo isto tem a ver com a ampliação de nosso idioma que hoje conta com quase 60 mil ou mais diferentes palavras ou verbetes que tornam o idioma português um dos mais ricos do mundo, (modernos dicionários da língua portuguesa do Brasil) sendo o sexto mais falado, atrás apenas do mandarim, espanhol, inglês, hindi e do árabe.
Chegada dos portugueses.
Esta riqueza trazida pelos portugueses foi aqui
enriquecida pelas diferentes palavras usadas pelos nativos da terra que muito contribuíram
para que o português do Brasil suplantasse com uma gama de outras palavras que
não são compreendidas nos outros países de língua portuguesa como o próprio
Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Timor Leste, Guiné Equatorial,
Macau, Cabo Verde e São Tome e Príncipe, que entre eles há também abissais
diferenças, sabendo que em Macau o português está sendo rapidamente substituído
pelo mandarim.
Nativo da terra, o verdadeiro dono.
Lembrando também que os negros trazidos como
escravos para o Brasil, vieram de diferentes regiões da Mãe África e
contribuíram fortemente para o enriquecimento de nosso idioma nacional, com
centenas ou milhares de palavras.
Negros, contribuíram muito com a cultura.
O português do Brasil, que já poderia ser
chamado de Brasilês, reside não somente nas milhares de palavras anexadas ao
rol já existente no idioma como a cada dia surge novas expressões, as chamada
gírias, pois nos países que falam o português fora o Brasil quem saberia o que
é um “trampo”, “é nóis na fita”, “truta”, “se pá”, “diabéisso”, “deixe de
arrudei”, “se avexe não”, “ta fumando numa quenga”, entre milhares de outras,
pois cada um dos 26 Estados, além do Distrito Federal há diferenças no modo
usual de falar. Imaginem que eu não usei nenhuma das milhares de palavras do
nosso gauchês. Ai faltaria espaço e tempo, e não estou me referindo à
relatividade restrita ou relatividade geral.
Vejamos algumas palavras que já foram
aportuguesados, pelo menos aqui no Brasil:
Balé. basquete, boxe, bufê, caratê, champanhe,
chique, clipe, comércio eletrônico, conhaque, gangue, golfe, pingue-pongue,
pôquer, premiê, surfe, uísque, xampu entre centenas de outras.
Por exemplo, costumo escrever blogue,
aportuguesando o conhecido blog, muitos devem achar estranho, mas da
insistência é que surgem as palavras.
Muçarela é com "Ç" e não com "SS"
Porém continuo a criticar os que escrevem “mussarela”,
com SS, pois o correto é muçarela, com Ç, letra que só existe no português e no
francês, que a copiaram. Pode ser que exista em algum dialeto na Espanha. Mas a
BURRICE é tão grande que todo o mundo
escreve errado achando que está certo, e assim não duvido que será dicionarizada
erradamente como o caso do alho porro, (pôrro) que todo o mundo fala e escreve poró
achando que está certo.
O alho é PORRO e não poró.
E continuo com outras palavrinhas como mouse,
se a nossa pronúncia é mause, ou seja, deveríamos aportuguesar já, entre tantas
outras.
E como provocação (singela brincadeira) aos
de língua portuguesa fora do Brasil, perguntaria o significado de algumas
palavras indígenas como curumim, abaeté, caá, caba, javaé, jubaia, juçana,
mauá, quarar, surucucu, surubi, tapir, avaré, mboitatá, entre milhares de
outras, sem contar as palavras vindas com os negros para o Brasil como abadá,
abará, acará, acarajé, agogô, angu, axé, molenga, moleque, mondongo, moringa,
moqueca, muamba, quenga, quizomba, tanga, tribufu, tunda, xará, pito e o
delicioso tutu.
Assim vai o português do Brasil cada vez mais
se distanciando do de Portugal e chegará um dia, e isto é inevitável que
precisaremos de um tradutor para entende o que um português fala, já que muitos
livros portugueses são traduzidos para o Brasil, assim como livros brasileiros
são também traduzidos para o português de Portugal, Jorge Amado e outros.
Filmes portugueses são legendados e acredito que também o mesmo aconteça com os
filmes brasileiros.
Ou seja, acredito eu que num futuro bem
próximo dentro do espaço temporal histórico poucos idiomas existirão no mundo,
muitos desaparecerão, haverá, por conta desta globalização, certa padronização,
porém o português do Brasil, ou brasilês, devido a sua enorme população
que em cinquenta anos será quase ou mais de quatrocentos milhões de seres, um
dos poucos sobreviventes.
Oi Prof. Pedro como sempre traz-nos super posts.
ResponderExcluirEntão... alguns dias atrás revivi o livro: Preconceito Linguistico.
Com tanta variedade como tu nos trazes; ainda para concursos existem uma norma e uma regra. Essa norma que chamam de culta.
Pude perceber por minhas andanças por aí que ainda o RS é onde mais se aproxima da lingua culta. k mesmo com o internetes firme e forte na rotina diária do gaucho k. Vejo tanto menino assassinando os verbos que essa lingua culta só vai existir para concursos.
Fui criada falando o que chamam de português correto k, mas ultimamente tenho vergonha de me expressar k. Parece que quero me exibir k, então tento falar um pouco atravessado k.
Que ponto que cheguei k, é... talvez tenha que me mudar para marte.
Quem sabe lá o povo ainda se interesse por linguistica k.
Revivi com este post uma questão pessoal k.
Adorei relembrar a mistura do que somos por aqui.
Abraços.
janicce.
Caríssima Janicce.
ResponderExcluirApraz-me muito receber teus bem-vindos comentários.
Realmente temos uma gama muito grande de modos de falar e escrever, obviamente porém tomo o cuidado para não cometer erros ao escrever, já que muitos erros no falar usual são comuns e não podemos entendê-los como erros. Por outro lado também me policio para não me tornar pernóstico ao escrever, pois isto denotaria certa prepotência, porém há alguns anos escrevi em um jornal um artigo com o título “EMULAÇÃO LUDOPÉDICA”, e tal artigo foi inclusive trabalhado em algumas escolas do Vale dos Sinos por professores de língua portuguesa, que para tal pediram minha autorização, coisa que não precisariam, pois uma vez publicado em um jornal trata-se de uma assunto que pode ser trabalhado, é óbvio.
Poderás lê-lo com o mesmo título publicado neste blogue em 19 de fevereiro de 2012. A esmagadora maioria que o lê não o entende ou faz munido de um bom dicionário, já que uso e abuso de termos pouco conhecidos. Infelizmente, apesar de termos mais de 60 mil verbetes nos bons dicionários fico pasmo em saber que os jovens adolescentes comunicam-se empregando no máximo 400 palavras, o que torna muito pobre a nossa expressão usual. Infelizmente.
Quanto ao falar do Rio Grande do Sul, bem como o Oeste de Santa Catarina e Paraná são os estados mais cultos e de um falar mais correto, com pronúncias marcantes e claras sem nem um tipo de afetação. Ao contrário vemos no “Carioquês”, que além de citarem letras não existentes em algumas palavras, muitos por pura afetação ou ignorância as escrevem, o que é imperdoável, pois uma coisa é dizer “anteis” outra é escrever “anteis”, no lugar de antes. Pura e cruel afetação.
Temos duas coisas a fazer quando falamos. Temos que saber com quem se fala. Pois se usarmos a língua culta num meio coloquial, estaremos nos distanciando do meio. O culto e o coloquial são antagônicos quando o meio não é culto ou não é coloquial. Portando dependendo do meio o uso da linguagem coloquial é mais aceito, com uso de gírias, formas reduzidas, sem muita preocupação das formas corretas, espontaneidade e uma menor preocupação com as regras da gramática normativa. Caso contrário podem achar-nos pedantes. Lembrando que a maior barreira para o entendimento é o linguajar. Nem tanto a terra, nem tanto ao mar.
Privilégio imenso e que teu feriado e fim de semana sejam tri legais.
Respeitoso e fraterno abraço.