Enquanto muitos países para
conseguirem sua independência fizeram revoluções e guerras horríveis, onde
patriotas morreram em defesa de uma causa, onde famílias foram dilaceradas,
onde vidas foram sacrificadas, no Brasil a independência foi nas coxas, onde um
Príncipe montado em uma mula, cercado por meia dúzia de analfabetos disse que
não receberia mais ordens de Portugal e pronto.
Um Príncipe putanheiro, birrento
e sifilítico.
Assim foi feita a
independência, e assim nasceu o jeitinho brasileiro. Assim nasceu uma enorme
porção de terra independente, mas totalmente surreal. Um arremedo de qualquer
coisa.
Mas o Império foi sendo
empurrado, um Império escravagista, um Império que desgastado dormia aos roncos
do Imperador, que sucedeu o pai aventureiro que foi morrer em Portugal e que
alheio a tudo se achava intocável e um Marechal Monarquista, extremamente monarquista,
sem querer declarou a República, também nas coxas.
Tão lerdo estava das ideias
que só foi saber que havia derrubado seu amigo Imperador horas depois do
ocorrido, pois na verdade a coisa foi tão impopular que o povo nem ficou sabendo e foi uma Câmara de
Vereadores, a do Rio de Janeiro que editou a Declaração da Nova República, uma república tão surreal
que no atropelo das coisas o hino que entoou foi a Marselhesa, Hino Nacional
Francês e a bandeira que iniciou essa República patética, foi à bandeira
Americana pintada com as cores do Império, um verdadeiro escarro na história
disto que chamam de Brasil.
Que vergonha.
E para coroar a baderna o
plebiscito que havia sido decretado quando da proclamação da República para saber o que povo
queria ou se o povo queria uma República ou um Império, deu-se mais de um século
depois. Ou seja, a República foi República PROVISÓRIA por mais de um século.
Num país que inventaram um
Tiradentes, Mártir da Republica, pinçado do Brasil Colônia, uma história mal
contada, onde um sargento melhorado, um alferes, era chefe de um Capitão e de dois Coronéis, uma quebra indecorosa da hierarquia, que não tiveram nem a destreza de inventar coisa melhor. Um mártir feito uma cópia de Jesus, para iludir o povo. Povinho
alienado, que vive iludido com carnaval, televisão e futebol.
Que país é este que o povo é
tratado como demente pelos poderosos e com ódio pelas elites burras, tão ou mais mestiças que o povo e por uma classe média que cresceu nos últimos dez anos, mas que se acha rica e
o povo apesar do desdém que é tratado vive puxando o saco dos que estão acima?
Que país é este que vota por
votar e nem sabe em quem votou, e vê no congresso uma porção de gente anônima, cangaceiros, bandidos e ladrões,
que não receberam votação necessária, mas que foram levados nas costas de
outros? Um bando de desconhecidos ou renomados picaretas.
Que país é este, que bandidos,
corruptos e ladrões ameaçam até a mais alta Corte, pois investidos pelo povo despolitizado
que os elegeu, acham-se no direito de fazer do Brasil uma terra de ninguém?
Que país é este que sua laicidade
republicana é contestada por qualquer tararaca decorador de versículos, que se acha no
direito de se imiscuir na política?
Que país é este?
Uma fraude, um arremedo de
Nação, um amontoado de gente de todos os pelos que não sabe o que quer, pois se
trata de uma extrema maioria composta de analfabetos políticos, que vive
puxando o saco da elite que não está nem aí para o país muito menos para o
povo.
Que país é este que serve de chacota no estrangeiro, serve de piada nas rodas políticas internacionais, pais que é uma montanha vergonhosa de corrupção e ladroagem, onde se bajula cafajestes que se saírem do país serão presos pela Interpol, por serem renomados vigaristas.
Que país é este que serve de chacota no estrangeiro, serve de piada nas rodas políticas internacionais, pais que é uma montanha vergonhosa de corrupção e ladroagem, onde se bajula cafajestes que se saírem do país serão presos pela Interpol, por serem renomados vigaristas.
País surreal, que neste
surrealismo vai levando as coisas na flauta, e onde tudo é feito nas coxas,
onde bandido é chamado de deputado, onde bandido é chamado de doutor, onde
bandido é chamado de senador.
Isto não é um país sério,
como dizia Charles de Gaulle, isto não é uma Nação, é um conglomerado de tribos
que não sabem o que querem, mas se dizem pretensiosamente Nação.
Caro professor Pedro A. C. Teixeira,
ResponderExcluirentendo perfeitamente a sua visão, de reprovação, de desprezo e de rejeição a alguns fatos da história do Brasil.
Porém como imigrante libanesa que sou, nascida nos arredores da cidade de Jbeil, antiga Biblos, gostaria de gentilmente oferecer-lhe a minha visão.
Agora, que já vi a comemoração dos meus noventa anos, que já vivi a alegria e o sofrimento, que entendo a vida em si como algo fantástico, a suprema coroação do Universo e o amor como a sua jóia mais rara e brilhante, que percebo-a como surpreendente, imprevisível e improvável, não posso deixar de registrar meus pensamentos.
Minha contribuição.
Vejo o Brasil como um amálgama. Como uma soma, um caldeirão de tudo. Do mais nobre ao mais corrupto, do mais gentil ao mais bruto, do construtor ao destruidor. É uma soma de etnias, de línguas, costumes, crenças de tamanho gigante. Aonde se olhar, se verão pessoas diferentes, tempos e ciclos de vida diferentes, metas, objetivos e desejos diferentes. E é aí que reside uma das inúmeras forças desta nação/estado jovem e vacilante.
Jovem porque comparada, a nação brasileira, com os Sumérios, aos povos euro-asiáticos , como nos ensina Jared Diamond, sua história "usual" de 500 anos representa um bebê recém nascido.
Vacilante porque um momento prestigia certa corrente política, outra hora a destitui e valoriza outras correntes políticas.
Mas, o valor desta nação/estado de língua portuguesa é incomensurável. Esta soma de diferenças e convivências é uma força indescritível.
Atravessada por hordas de corruptos, vilipendiada por fatos por vossa senhoria relatados- e que não os comentarei diretamente - este povo é de imenso valor. É a soma da Humanidade em si. Temos africanos, árabes, portugueses, italianos, japoneses, judeus, muçulmanos, chineses, italianos, indígenas, coreanos, cristãos, do candomblé, enfim, todas as etnias, crenças, sejam elas da Europa, Ásia, África, Oceania, Américas.
É um povo que atingirá com certeza os mais elevados índices de civilidade e de desenvolvimento.
Basta ver a onda de busca de dignidade e de correção que hoje atravessa o país.
Veja-se a Democracia real e firme que hoje governa este Brasil. Apesar dos desmandos, presidentes são destituídos, senadores, deputados, grandes empresários estão na cadeia. Não existe mais o "jeitinho brasileiro". Há, sim, muitos e muitos brasileiros e imigrantes ilustres, dignos. Tem-se a convicção de que não escaparão do império da lei aqueles que vandalizam.
Também neste país monumental repousam riquezas imensas: seu povo acolhedor, um espaço gigante, terras férteis, indústrias importantes, escolas técnicas, faculdades, universidades muito sérias, hospitais modelares e muito mais.
A mensagem que quero lhe passar, caro professor é que o sofrimento existe e é real, mas, mesmo com todas estas vicissitudes, o Povo Brasileiro está HOJE construindo um País que vale a pena.
Um País BRASIL de PAZ e Democracia, um país de oportunidades, uma mãe acolhedora.
Atenciosamente,
Amy Malphas
Av Paulista, São Paulo - SP.
Exma. Sra. Amy Malphas:
ExcluirQue privilégio imenso tê-la em meu blogue, visitando e comentando e esse privilégio é tamanho que me fez viajar no tempo e recordar, como sempre recordo de meus velhos e falecidos amigos libaneses Tuffic Chamma e sua adorável esposa Laia Chamma, ambos da Tripoli Libanesa, segunda maior cidade desse país tão belo e de cultura tão rica.
Outrossim, minha mulher, tem em sua família, longínqua linhagem libanesa, pois seu bisavô entrou no Uruguai no Século XIX, e em documentos que guardamos com carinho está registrado como Turco-Asiático, isto também soma-se ao imenso prazer e consideração que a recebo em meu blogue.
Caríssima senhora, como catedrático em história muitas vezes estampa-se em meu coração uma incrível revolta quanto à mentira, fatos forjados, histórias mal contadas, heróis impopulares e falsos, e carrego comigo uma ânsia muito grande quanto a ser o meu país um gigante adormecido, cujas riquezas nunca foram usadas para melhorar a qualidade de vida de nosso povo, se sim para engordar as já gordas fortunas de maus brasileiros e estrangeiros ávidos em ter mais.
Sou, como meu avô, também professor Lourival da Rosa Teixeira um ufanista, pois acredito que um dia o Brasil será aquela grande nação sonhada por ele, assim como foi também meu pai, um Oficial do Exército que queria ver o País desenvolvido e de gente feliz.
Porém, como dizia Rui Barbosa, envergonho-me ver agigantarem-se as nulidades, de ver meu País entregue a um punhado de maus brasileiros que enxovalham a Nação, com roubos, desvios de verbas e tudo mais que acontece e no fundo me parece que a Justiça dorme em berço esplêndido, pois os verdadeiros bandidos estão soltos e tripudiando contra a própria Justiça.
Por uma questão histórica, muitas vezes meus pensamentos são, sem sombra de dúvidas Farroupilhas, e navego nas ondas do separatismo. Somos um povo diferente e gostamos de ser diferentes, porém de imediato volto a ver o Brasil desenvolvido, rico, com o povo longe desse desânimo e dessa miséria que a muitos abate.
Outros artigos deste blogue, exponho minha visão deste Brasil acolhedor, Brasil de Paz, mas não posso me permitir baixar a guarda quanto aos que sujam o nome de minha Pátria, como muitos maus brasileiros fazem. O estrangeiro tem outra visão desta Pátria Gentil, porém enquanto viver vou lutar para que tudo de errado seja riscado da História deste excelente país que infelizmente envereda por um caminho perigoso, extremamente perigoso.
Amei suas colocações e com elas compartilho, porém serei sempre um acérrimo critico das coisas erradas que fazem com meu país.
Com muito respeito e carinho.
Prof. Pedro
Caro Prof. Pedro,
ResponderExcluiragradeço imensamente a acolhida e suas sábias palavras.
Ganhei confiança e admiração em sua postura POIS OS GRANDE HOMENS SÃO AQUELES QUE JAMAIS PERDEM A PRÓPRIA CAPACIDADE DE INDIGNAÇÃO. Assim é o Übermensch citado por Friedrich Nietzsche.
Parabéns!
Meu carinho, Amy Malphas.
Adorável Senhora Amy Malphas.
ResponderExcluirFico imensamente agradecido com as palavras tão motivadoras e belas e que a paz, a saúde e a felicidade estejam sempre presentes em sua vida, e confesso imensamente emocionado que algumas lágrimas irrigaram meu olhos.
Com muito respeito e admiração.
Prof. Pedro.