PS

PS

SEGUIDORES

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O Pato Sem Cabeça.



                            Eis a prova de que o Pato existe.

Minha mãe, em sua prodigalidade em contar histórias, das verdadeiras as puramente fictícias, contava quando ainda eu era um piá de quatro ou cinco anos, que apareceu nas terras de seu pai um Pato que alguém havia cortado fora sua cabeça, e este desesperado correu campo a fora indo dar pelos costados de sua casa.

Dizia que então sua mãe com pena do animal sem a cabeça, pegou-o para criar, mas que como o animal não tinha o bico para se alimentar, ela, minha avó, com pena do pobre Pato dava-lhe uma tigela de leite e assim o pato viveu por muito tempo sugando o leite da tigela.

Como?

E eu acreditava.

Esta história jamais saiu de minha cabeça, entretanto quando eu fui para o Colégio passei a entender que seria impossível tal história, porque os animais não vivem sem cabeça e outra porque aves não tomam leite.

Porém se meu pai, avô, avó, a titia Maria e toda a família contasse esta mesma história e que na escola a própria professora contasse a mesma coisa ia ficar difícil de não acreditar.

Imaginem se milhões de livros trouxessem essa mesma história e se alguém a contestasse fosse de imediato censurado, ameaçado ou ridicularizado.

Obviamente mais ainda acreditaria.

Outrossim, imaginemos se ao chegar à faculdade, o introspecivo professor de ciências dissesse que tal fato era verdadeiro apesar de parte dos cientistas não acreditarem, mas que tal pato existiu e existe ainda.

E que nas reuniões familiares, casamentos, aniversários, reuniões sociais essa história fosse contada, alardeada, manipulada, subvertida, prostituída, corrompida e explorada ao máximo, eu claro que acreditaria. Pois um pato que lhe foi cortada a cabeça existiu e ponto.

Imaginemos mais ainda. Se erigissem milhares e milhares de edifícios em homenagem ao Pato. Como não acreditar?

E para glorificar o pato eu recebesse via E-mail centenas de mensagens insanas sobre tal Pato. Aí sim eu do alto de minha inteligência mais e mais acreditaria neste Pato.

E cá eu, agora, estaria contando para o meu neto que tal animal existiu.


                            Outra prova de sua existência.

Agora imaginemos o que falarão desse pato daqui a dois mil anos. Quantas fortunas acumuladas nas transações escandalosas sobre o tal Pato, quantos milhões de ensandecidos urrando, gritando, alardeando o tal fato.

Quem terá a coragem de negar que tal Pato vive e um dia voltará, mesmo que seja daqui há milhares de anos.

Para um bom entendedor duzentas e tantas palavras bastam.



Nenhum comentário:

Postar um comentário